02 setembro, 2015

A Lei de Say e a Equação Quantitativa da Moeda




Querido diário:
Neste site daqui, encontrei a origem do uso das equações. E olhando aqui e ali, cheguei à informação de que, no túmulo de Diofanto, havia uma equação cuja solução dava a idade de seu passamento. Neste site daqui, encontrei uma biografia das funções matemáticas. Eu mesmo, no texto que ainda publicarei (ou já o fiz no Google Documents), vou argumentar que "matemática se escreve em português", o que quer dizer que mesmo quando escrevo

C = f(Y)

fazendo C o consumo familiar agregado e Y a renda familiar disponível agregada de um país/região em determinado momento no tempo (ou vários momentos), estou simplesmente dizendo em português que "o consumo depende da renda", "o consumo é uma função da renda", etc. E de onde veio esta ideia de 'função'?

Botando em ordem cronológica de nascimento os que falaram em dependência de um blim-blim-blim a outro:

Galileu G (1564-1642),
Isaac Newton (1642-1727)
Jean Bernoulli (1667-1748)
Leonard Euler (1707-1783)
Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) :: criou o termo função

E que diz a Lei de Say? Sendo S a oferta (e eu sempre pensara que S vinha de Supply, hehehe) e D a demanda, podemos dizer que Say diria que

D = D(S)

ou seja, a demanda é uma função da oferta, ou seja, a oferta gera sua própria procura.

E esta não é a primeira bobagem sobre o assunto, pois temos

I = g(P)

sendo I o investimento e P a poupança (não usei S, pois S tem a ver com Say...).

Então a terceira é uma turma dizer que os problemas de demanda efetiva de uma economia monetária (eles diriam apenas 'capitalista') se devem à diferença entre oferta e demanda, sendo a oferta

c + v + m

e a demanda

c + v

o que me parece um mal entendido de dar cadeia a quem nele incide (um dia falarei mais alongadamente sobre o tema). Por ora, digo apenas que os incidentes na confusão não entendem que c + v é o valor do capital do capitalista no início do período e c + v + m é o valor observado no final do dia.

Mas o que quero falar é continuar a conversa de ante-ontem sobre os delírios fetichistas dos arautos da industrialização como panaceia do desenvolvimento econômico. E dizer sobre minha teoria a respeito, minha de de pilhas de autores de inclinação monetarista. Depois de termos aprendido o que é uma equação, devemos diferenciar as identidades das igualdades. Também postei recentemente a respeito. Vejamos uma identidade:

MV = pQ

sendo M o estoque de moeda, V é sua velocidade de circulação, p é o nível geral de preços e Q é o produto interno bruto, a equação quantitativa da moeda.

Então, quando ontem falávamos em valor adicionado e suas três óticas de cálculo (produto P, renda Y, despesa D), poderíamos ter dito (fazendo P = 1, ou seja, no período base da discussão)

pQ = P = Y = D

(ou até podemos omitir pQ, pois já dissemos que estamos falando de P do ano base)

O fato é que estamos falando de um estoque de moeda que pode alavancar ou retrair o nível do valor adicionado (e no outro dia, falei que o PIB é função do tamanho da população pertinente, correlação altíssima) e que, portanto, bem calibrado ('bem atijolado', diriam os árabes...), o estoque de moeda pode levar o valor adicionado a contrair-se ou expandir-se.

Como mesmo é que "um estoque de moeda pode alavancar ou retrair o nível do valor adicionado?". Simples: não lembram que os neo-heterodoxos volta e meia fazem elogios a algumas facetas da investigação conduzida por Milton Friedman (até falei em Cortázar e Pinochet para colocar o rei de Chicago em perspectiva mais benévola, para não desprezar algo importante que poderia ter saído daquele abatedouro...)? Pois refiro-me no caso a duas:

.a. a taxa de desemprego não aceleradora da inflação e

.b. a produção compatível com o nível de capacidade instalada.

Esta é minha teoria do crescimento econômico, pelo menos do crescimento a curto prazo. E minha apologética é que este gasto (isto é, a expansão da demanda agregada devida à expansão da oferta monetária) deve ser orientado para setores que prometem alavancar o crescimento no longo prazo.

E que fazer se os empresários não cooperam? E se o governo não coopera? E se a própria sociedade em seu todo não coopera? Um dia respondo isto, se não me faltarem engenho e arte.

DdAB
Esta imagem lá de cima é da Wikipedia. E tem uma viagem interessante: a imagem deste matemático (Legendre) era tida erroneamente como de outro, até que o desenho acima foi descoberto em um livro em 2009, algo assim.

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