26 junho, 2015

Promover a Indústria 5


Querido diário:

Fiquei (e ficarei) alguns dias sem postar sobre o autor que vimos consultando desde aqui. Falou-nos ele em pelo menos oito razões para louvarmos a indústria como indutora do desenvolvimento econômico:

There are powerful empirical and theoretical arguments in favour of industrialisation as the main engine of growth in economic development. The arguments can be summarised as follows:

5. The manufacturing sector offers special opportunities for economies of scale, which are less available in agriculture or services.

Parece, pelos últimos estudos que fiz das economias de escala, que -nos dias que correm- fala-se muito mais em economias de tamanho e, com ele, escopo, ou seja, essencialmente, uma empresa grande é uma empresa diversificada. Este tipo de raciocínio manda-nos direto para... o setor serviços. Em especial, estamos falando no setor de intermediação financeira. Aquele meu sempre citado artigo de James Clifton e a visão de que a grande empresa (e a pequena não seria?) um banco sempre escaneando o mercado em busca de oportunidades lucrativas.

Ao encontrá-las, a empresa abandona o ramo de menor lucro com a mesma facilidade com que encontra condições de gerência para o outro negócio. Não se nega a importância da experiência, dos ganhos ao longo dos anos vividos em certos negócios. Não se nega o que -parece-me- Porter fala no primeiro mandamento como "conheça o ambiente de negócios". Ainda assim, o poder do tamanho se deve mais à diversificação do que ao aproveitamento de economias de escala na produção. Aliás, um expressivo número de indústrias tem retornos constantes à escala, não é mesmo?

Além disto, hoje em dia falar que a agricultura não tem o mesmo vigor nas economias de escala da produção é negar a escandalosa concentração de terras em todo o Brasil. Mas aqui vale-nos pensar naquela "agricultura de precisão", em que precisamente o tamanho é que faz a festa. E, na agricultura, terrinhas para soja, terrinhas para boi, terrinhas para a mandioca e assim por diante...

E nos serviços? Haverá maior prova do rompimento com as economias de escala tecnológicas que as vendas pela internet, o home-banking, essas coisas?

DdAB
Imagem daqui. Que será do queijo muzzarela Claf daqui a 20 anos? Duas hipóteses: uma é quebrar, outra é crescer e ainda tem uma que escondi: é ficar precisamente do mesmo tamanho, ou crescer, cair, crescer, cair de novo, etc. até ter o tamanho de 2015 em pleno 2035. E que será das outras milhares de queijarias que funcionam com honestidade e as que são fraudadoras do bem-estar público? A última descoberta não tem nem dez dias (aqui). E estou certo de que a equipe da Claf é uma das mais idôneas e criativas do pedaço, ergo deve ter um queijinho de primeira classe. Mas não nego que há outras famílias que abrigam ladrões, fraudadores e psicopatas.

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