03 novembro, 2014

O Brasilzão da Direita e seu Mal-Entendido


Querido diário:

Ainda ontem ouvia falar na questão das eleições: quem ganhou e quem perdeu. No outro dia, mostrei (aqui) um mapa de resultados no nível municipal. Nele a superioridade flagrante de Aécio em todo o sul-sudeste deixa de aparecer como tal. Ao contrário, evidencia-se que há apenas enclaves azulões (vitória expressiva de Aécio) e muito azulzinho (vitória moderada de Aécio), mais ou menos equilibrando o cor-de-rosa (vitória moderada de Dilma).

Mas não tenho dúvida: quem perdeu foi mesmo o progressismo. Quem perdeu foram os movimentos de junho de 2013. Montou-se um congresso nacional mais conservador do que o que ainda mama. E fala-se muito na "oposição" ao novo governo. Muito lamento. Muito eu lamento, na verdade.

Percebo que as forças conservadoras do jeito que estão estruturadas esquecem que tanto o vermelho quanto o azul do mapa defendem programas social-democratas. Como tal, haveria espaço para o debate e não para a luta (estou evocando Anatol Rappoport). Eu penso que o estado nacional é apenas mais um entrave para a busca do governo mundial que precisa ser apressada especialmente por causa das fraquezas do meio-ambiente e do aquecimento global. Políticas locais não têm incentivos adequados a se tornarem efetivas. E de nada adianta um gigante como o Brasil tornar-se "sustentável", se os demais gigantes e pigmeus permanecerem poluindo como se o planeta não tivesse uma capacidade de carga máxima (para cada nível tecnológico).

Minhas reflexões de hoje não são tecnológicas, na verdade. Elas são eminentemente políticas. Falo das virtudes (louvadas pela direita brasileira e a correspondente esquerda, todo o espectro político, na verdade) da sociedade igualitária. Sem igualitarismo planetário -que deve emergir, normativamente, de um governo mundial- não há solução.

DdAB
Imagem aqui. Aquilo ali é um gol de mão. Parece que muita oposição ao governo, torná-lo imóvel (e não playing mobileing), é gol de mão. O país não pode esperar mais quatro anos para que novas eleições corrijam os mal-entendidos que as urnas trouxerem nas presentes.

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