14 setembro, 2014

TTF: a pobreza moral terráquea


Querido diário:

Fala-se volta e meia na "taxa Tobin", um imposto internacional proposto pelo prêmio nobel de economia, prof. James Tobin. Este imposto deve ser aplicado sobre as transações financeiras internacionais e ter sua receita despendida no combate à pobreza.

Alguns a chamam de "imposto Robin Hood", o rapaz do gorro vermelho que roubava dos ricos e entregava o resultado aos pobres. Esta visão não me parece muito adequada, pois estaria falando que a "expropriação dos expropriadores" é "roubo". Minha concepção é que o valor adicionado (que tem três óticas de cálculo) é um produto da sociedade e não propriamente apenas do trabalho social. Contribuem para criar valor adicionado tanto os trabalhadores quanto as exportações, e por aí vai. Segue-se, em minha maneira de ver, que uma tributação sobre as transações financeiras internacionais nada tem de "roubo", mas apenas de realocações das receitas. E que ela poderia bem, muito bem, financiar a renda básica universal e seu acoplado serviço municipal.

Pois hoje fiz o seguinte cálculo: atendendo a estatísticas do BIS (banco das compensações internacionais, o germe do futuro banco central mundial), giram no planeta por ano mais de 70 vezes o PIB terráqueo. Pensei - e acho que esta é a cifra de que falava Tobin - que um impostinho de 0,014285714, ou seja, menos de um e meio por cento por transação geraria precisamente um PIB mundial, estimado agora por mim em US$ 35 trilhões. Um PIB? Um pibão destes para ser gasto no combate à pobreza? Mesmo que isto ocorresse em 50 anos? A moral terráquea terá que explicar-se, sendo os principais vilões, naturalmente, os políticos e apenas em segundo lugar, os banqueiros.

DdAB
Imagem daqui.

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