30 junho, 2014

A Copa do Mundo e o Desenvolvimento Econômico Japonês


Querido diário:

Ouvi dizer que alguém escreveu nas redes sociais algo como:

De que adianta ao Japão ter tantos hospitais e escolas, se eles foram eliminados da copa do mundo?

O mínimo que já retirei desta copa do mundo é mesmo um conjunto grande de boas risadas. Inclusive as protagonizadas pela seleção do Brasil. Fora, neste caso, ainda espero rir por último, sendo campeão do mundo. Logo eu que, aos 11 anos de idade, fui campeão na Suécia, jogando em Campo Grande do Matto Grosso do Sul.

DdAB
Imagem: aqui.
P.S. E hoje a França eliminou a Nigéria, ao passo que a Alemanha eliminou a Argélia. Então teremos um jogo entre a Alemanha e a França para enfrentar o Brasil que, obviamente, vencerá a Colômbia. Se não vencer, será porque não levaram a sério o que aqui escrevi!

29 junho, 2014

A Copa do Mundo e um Futuro Juiz Artilheiro


Querido diário:

Todos lembramos da figura mítica do futebol chamada de "morrinho artilheiro"? Era quando o goleiro deixava-se enganar por alguma protuberância do terreno que desviava o rumo da bola que vinha em sua direção. E tomava o gol, que era creditado/debitado ao morrinho, à irregularidade do terreno, do gramado.

Pois ainda não aconteceu nesta copa do mundo: vermos um juiz levando uma bolada dentro da grande área, desviando o curso da bola, enganando o goleiro e, como tal, fazendo o gol.

Por que penso nisto? Não sou vezeiro de futebol, mas nas centenas de horas que fui, nunca vira tanta bola batendo em juiz e tanto juiz atrapalhando as jogadas dos times.

DdAB
Imagem daqui. Mas tenho a impressão que o morrinho desta imagem não foi flagrado pela câmera. Vemos uma manchinha preta sob a bola, sua sombra. Como sei? É o mesmo tipo de sombra que diagnostico repousa sob o corpo do goleiro.
P.S. mas fui campear na internet e achei um vídeo no YouTube aqui.

28 junho, 2014

A Copa do Mundo: mordidas e a paz doméstica


Querido diário:

Hoje há algo extraordinário no inacreditável jornal Zero Hora. Na p. 2, localizam-se as cartas do leitor e vemos um "Comentário" sob o título "Mordida de Suárez":

Apesar de punido, Suárez prestou um serviço a todos os homens do mundo, provando para as mulheres que existe, sim, a possibilidade de sair para jogar bola e voltar com uma mordida no ombro.

De minha parte, no outro dia, andei chegando com umas manchas de batom no colarinho e quem acabou levando as mordidas fui eu mesmo, hehehe.

DdAB
Imagem: aqui: Cachorro com os cão nos coro morde 2 adultos e 1 criança nesta 2a festa de Juazeirinho. E este "nos coro" é nordestino ou seria o catarinense "nos cornos"? Ou "no corpo"?

P.S.: E o Brasil eliminou o Chile da copa do mundo e a Colômbia eliminou o Uruguay, so that haverá o jogo de quartas-de-final Brasil x Colômbia. Não antecipo nada.

27 junho, 2014

Educação e os 100% do PIB


Querido diário:

Por um lado, devemos evocar o primeiro teorema do PIB, de minha autoria. Como sabemos, ele assevera que o PIB corresponde a 100% do PIB. E isto deve levar-nos a discutir, em boa medida, mais que seu tamanho (a estagnação brasileira é exasperante), sua distribuição entre remuneração dos empregados, excedente operacional e impostos indiretos líquidos.

Por outro, devemos ter presente que, pelo teorema acima, não podemos colocar percentualmente gastos no PIB superiores a 100%. Agora, se reservamos 10% para a educação (lei sancionada ontem), 20% para a saúde, 30% para a segurança, 40% para a justiça e 50% para o roubo por parte dos políticos, isto chega a 150% do PIB, o que nos confronta com um "conflito distributivo".

Pois bem, se não fosse aquele clamor de 50% do PIB por parte dos políticos (agatunados, ou seja, todos), haveria harmonia distributiva, desde que o governo não gastasse nem mais um centavo em nada, nem o resto da sociedade o fizesse. Em outras palavras, não dá para encarar um sistema que não lida com a lei do orçamento galhardamente, pois -se o fizesse- o roubo teria que diminuir. Então vemos que esta mania de colocar 10% do PIB para a educação nos próximos dez anos (e outros 20% para a saúde, etc.) não é boa técnica orçamentária. Mas que dizer dos deputados que aprovaram este tipo de despautério?

De outra parte, este negócio de que a soma das partes em uma totalidade qualquer deve alcançar nem mais nem menos 10% do total levou-me a entender algo interessante: é dificílimo compatibilizar estas cifras com as de uma grande mudança estrutural. Pedi, há alguns anos, em um exercício com o método Delphi para investigar a mudança estrutural do Brasil, que me dessem as estruturas do produto, da renda e da despesa. Havia gente, por exemplo, sugerindo que o consumo do governo deveria aumentar, e também o das famílias, e também o investimento e também as exportações líquidas de importações: o diabo do valor adicionado, medido pela ótica da despesa, dava mais de 100%. E quando os entrevistados tentavam corrigir estes despautérios, voltavam mais ou menos às percentagens da situação inicial. Mudar é difícil. Ser burro (os políticos, no que diz respeito a outros aspectos que não meter a mão) é convidativo.

DdAB
Referências sobre o método Delphi:
:: Comunicação de Fábio Cándano Peixoto aqui.
:: Meu artigo na Economia Aplicada (USP, ISSN 1413-8050), V. 7 n. 2, 2003, p. 413-432. O método Delphi e a estrutura da economia brasileira em 2010.
:: Meu artigo com Adalmir Marquetti e Fábio Cándano: Análise Econômica (UFRGS, ISSN 102-9924), V. 24 n. 45, 2006. Evolução setorial da economia brasileira entre 2002 e 2020: do passado ao futuro com o método Delphi.
Imagem: daqui.

26 junho, 2014

Vaias e Bolinhas de Papel


Querido diário:

Um número expressivo de manifestações modernas parecem-me um tanto do estilo das torcidas organizadas dos programas de auditório, inclusive aqueles que tiveram lugar no Cine Castelo em Porto Alegre, equivalente do Cinema Olympia, de Salvador. Não me parece ter sido outra coisa aquela coisa de vaiar e xingar a presidenta Dilma, no outro dia, em São Paulo.

Por outro lado, as alianças festejadas por ela, presidenta, seu partido e sua entourage não são menos sujeitas a este tipo de qualificativo, uma verdadeira festa de oportunismo e manobras sinecuristas. E que me leva a esta profundidade na filosofia política? É a página 10 da Zero Hora de hoje, com notícias sobre a convenção nacional do PP (Partido Popular?) que apoiou/sim/não (ou seja, ZH diz que sim e uns sites que acabo de olhar dizem que não) a aliança com o PT, partido de Dilma. Ou seja, o PP quer integrar um governo "de esquerda" que deve comandar o Brasil no quadriênio 2015-2018. E Zero Hora, como sugiro aqui frequentemente, é um jornal de direita. Quer ver? A manchete da notícia de uma coluna diz:

ELEIÇÕES 2014
PP sela apoio a Dilma sob rixa interna

Na parte final da primeira parte da notícia deste apoio do PP ao PT, diz o presidente do PP:

Dois diretórios apenas se rebelaram de forma inadequada, são 27 no total. Sempre ouvimos democraticamente a todos. A maioria quer o apoio do partido à presidente. São dois diretórios que quiseram chamar a atenção.

Pois bem: em seguida a esta frase, há uma chamada:

PRESIDENTE FOI ALVO DE BOLINHAS DE PAPEL
   Nogueira [o presidente do PP] teve de deixar o auditório no Senado, onde foi realizada a convenção, escoltado por seguranças. Ele quase foi agredido fisicamente por integrantes do PP contrários ao apoio a Dilma. Alguns jogaram bolinhas de papel sobre ele, com gritos de 'vendido'.

Achei o tipo da chamada capciosa, pois fica-se com a impressão de que o presidente a que se dirigiam as bolinhas de papel não é o presidente do PP, mas a presidenta que já fora vaiada em São Paulo. E alvo oficial de bolinhas de papel, para mim, tinha sido José Serra, quando competiu precisamente por este cargo agora apoiado pela maioria pepista e armou-se um xabu enorme em torno do/s artefato/s. Minha filosofia política levou-me a pensar que o jornalismo informativo informa e o desinformativo desinforma, não é?

DdAB
De onde veio minha imagem de hoje? Daqui.

25 junho, 2014

Ulysses: não comparando Houaiss


Querido diário:

Nem vou olhar os outros quatro exemplares que ainda possuo do "Ulysses" de Joyce em português e espanhol. Quer dizer, possuirei mais e não menos, mas hoje ainda possuo apenas cinco... O que farei será mostrar o que sempre achei: o Antonio Houaiss é um pernóstico. Estamos naquele capítulo dos diálogos na forma de perguntas e respostas, tudo o que me interessa localizando-se na página 870 do exemplar da Editora Civilização Brasileira lançado em 2003 na 13a. edição:

Postulando que a prótase se tornaria a contratação de tais vários planos uma natural e necessária apódose?
   Dada uma garantia igual à soma buscada, o apoio, por feito de doação e fianças transferidas durante a vida do doador ou por legado após extinção indolor do doador, de financistas eminentes (Blum Pasha, Rothschild, Guggenheim, Hirsh, Montefiore, Morgan, Rockefeller) possuidores de fortunas de seis algarismos, amealhadas durante uma vida exitosa, e juntando capital com oportunidade a coisa requerida estava feita.

Olha, prótase, diz o Aurelião é
1. Teatr. No antigo teatro grego, a primeira parte da ação dramática, na qual o argumento é anunciado e se inicia o seu desenvolvimento. [À prótase segue-se a epítase (q. v.) e a catástase (q. v.).]
2. P. ext. Exposição do assunto de um drama.
3. E. Ling. A primeira parte dum período gramatical.
4. E. Ling. Oração subordinada condicional.

Ali mesmo o Aurelião já remete para a apódese houaissiana:
1. A segunda parte de um período gramatical, em relação à primeira, chamada prótase, de cujo sentido é complemento.
2. Numa construção condicional, a oração principal.

E eu? Gosto de tudo e sempre rio de "amealhada", metida na meia, hehehe. E fiquei pensando: como ainda preciso estudar, por exemplo, nunca ouvira falar naquele Julius Blum Pasha. Na internet diz ser um banqueiro austro-húngaro do início do século XX. Nem vou falar em quantos mais têm-me distância até maior do que a que separa nossos saldos bancários, hehehe. Com esta e a que já digitarei, são -ao todo- três hehehe.

DdAB
Parece que também minha ilustração retirada das lojas Selfridges daqui é metida a besta.

24 junho, 2014

Hai-Kai n. 65


Querido diário:

Como sabemos, a página 71 do livro de Hai-Kais de Millôr Fernandes, editado pela L&PM, de Porto Alegre, tem o seguinte:

TEM CAUTELA;
AJUDA O SOL
COM UMA VELA

E o Planeta 23 teve a seguinte trova, claramente inspirada na epopeia de "O Tempo e o Vento":

Com a vela na mão
Maria Valéria
É sempre séria.

E aproveitei a inspiração e fiz outra:

Com a vela
Na mão e, no peito,
O coração.

DdAB
Com a imagem obtida aqui.

22 junho, 2014

El Pueblo en la Isla


Querido diário:

O novato Caderno PrOA do jornal Zero Hora de hoje tem uma coluna chamada "Prateleira", na p. 10. E que lá vemos? Lá vamos: uma notinha do afamado:

BÊRNI, Duilio de Avila e FERNANDEZ, Brena Paula Magno (2014) Teoria dos jogos; crenças, desejos, escolhas. São Paulo: Saraiva. 

Desvaneço-me (se é que o governo não proíbe esta reflexividade do verbo "desvanecer"), claro. Mas o que me chama a atenção é a página 4, onde se lê o artigo "O Oriente cada vez mais instável", de Silvia Ferabolli. Suas duas primeiras sentenças são: "Onde há poder há resistência. Essa máxima de Michel Foucault [...]".

E fiquei pensando na frase que me parece mais velha do que a humanidade, atribuível ao náufrago anarquista espanhol que, chegado à ilha, teria indagado:

Hay govierno? Si hay, soy contra!

Talvez a primeira vez que a li tenha sido emulada pela revista "Pasquim" ou diretamente por seu idealizador (e nosso trovador) Millôr Fernandes. E, anos depois, vi, a muito genial charge do cartunista Santiago, com um militar chegando à ilha: "Hay pueblo en esta isla?"

DdAB
E achei aquela imagem charmosa na internet vinda daqui, estranha prá burro, aquela coisa.

21 junho, 2014

O Professor e o Deputado: um duo aposentado


Querido diário:

Volta e meia, digo que sou professor e meia volta dou e digo não ser mais professor: uma parelha identitária. Quem saberá a verdade? Digo, por outro lado, que aposentei-me como professor, e isto é verdade e nunca o desdigo. Então, em resumo, sou um professor aposentado. Em compensação, hoje vi no jornal (de ontem?) que o sr. Mendes Ribeiro também é aposentado, mas na condição de deputado federal. Fiquei a indagar-me que diabos de profissão e país são estes que permite que a gente se aposente como deputado.

A pouca vergonha transcende a aposentadoria do ex-deputado (agora aposentado) Mendes Ribeiro, mas não podemos deixar de corar ao saber que ele é filho de um ex-jornalista e cronista esportivo e depois deputado federal. E mais, queria que seu filho fosse eleito vereador nas eleições do ano bissexto de 2012. Não se elegendo o rapaz, ele queria que lhe coubesse uma sinecura, uma secretaria municipal, um CC de aCCessor, hehehe.

DdAB
P.S. tenho várias postagens com o nome de meu colega aposentado Mendes Ribeiro.
Imagem daqui.


18 junho, 2014

A Copa do Mundo e um Aumentinho de 23% na Tarifa da Energia Elétrica


Querido diário:

Rumamos solertes para o hexacampeonato de futebol, se os deuses maias, astecas, toltecas, hipotecas (velha piada...) e outros assim o autorizarem! Uma diferença fundamental para começarmos a falar no tema de hoje é a que existe entre Brasil e Seleção de Futebol do Brasil. Torço por esta e por esse, hehehe. Ou seja, claro que quero que o Brasil se dê bem, claro que quero que a seleção do Felipão também vença de montão.

E o Brasil? Com ladroagem, com incapacidade congênita do poder judiciário de administrar a impunidade, pouco nos resta. Mas venceremos. Venceremos, é certo, mas apenas depois que o impacto deste despautério anunciado na capa do jornal Zero Hora de hoje for absorvido pelos setores produtivos. 23%? V i n t e   e   t r ê s  %. Como diria o treinador Joel Santana, I cant no believe.

Aqueles entre nós que conhecem e prezam o conceito de eficiência alocativa não podem deixar de suspirar com ódio ao ver que o lucro na empresa fornecedora deste insumo industrial ou bem-de-conforto doméstico foi de US$ 59,7 milhões. 59,7, eu não disse 0,0001: 60 milhões de dólares. Ca entre nós para haver custo de oportunidade do capital que cubra esta montanha de dinheiro achacada pela dupla empresa-reguladores. Just drinqueichon, diria a turma da copa do mundo!

DdAB
Minha imagem é deste site aqui.

16 junho, 2014

A Copa do Mundo, a robótica e a estrambótica


Querido diário:

Estamos em clima de

1_ copa do mundo
2_ lançamento de

BÊRNI, Duilio de Avila e FERNANDEZ, Brena Paula Magno (2014) Teoria dos jogos; crenças, desejos, escolhas. São Paulo: Saraiva. 

com dezenas (mancheias?) de postagens por aqui mesmo.

Ligamos com a p. 2 de Zero Hora de hoje, contendo uma crônica de Nilson de Souza falando na copa do mundo, no jogo entre robôs que aparece em um comercial de TV (que já vi) e aparentemente zombando da falibilidade humana. Então passei a pensar em um jogo de bola estratégico entre robôs. Não seria muito diferente de um jogo de xadrez entre dois computadores (ou dois programas dentro de um mesmo computador). Em princípio, aquela falibilidade humana seria tomada como virtude e a previsibilidade da ação robótica seria um defeito. Vejamos.

O xadrez é um jogo que tem o que se chama de "melhor maneira de jogar", querendo dizer que dois jogadores perfeitos protagonizarão eternos empates. A diferença de um jogo entre dois humanos é que estes cometerão um erro aqui e outro ali, sendo um deles, em boa parte do tempo, considerado letal, incorrigível.

Penso que, no caso dos robôs, haveria um super-programa coordenando as ações de programas menores confiados a cada 'jogador'. Mas, dado que os detalhes de um dos programas poderia ser adivinhado pelo outro, ambos deverão contar com uma/s variável/is aleatória/s, para inserir o elemento de acaso na atividade. Um exemplo mais próximo ao futebol é o par-ou-ímpar que os meninos jogam para definir o time a começar o jogo. 

Se Joãozinho sempre escolhe ímpar e, digamos, joga par, suas repetidas escolhas serão rapidamente percebidas pelo/s contendores. Sabendo que Joãozinho apostará em ímpar e apresentará um número par de dedos, Pedrinho também invariavelmente apresentará estrategicamente um número ímpar. Este, somado ao outro ímpar, levará a um resultado par, derrotando Joãozinho. A solução de Joãozinho, para não ter seu movimento rastreado tão facilmente por Pedrinho, é randomizar, isto é, jogar par na metade das vezes e ímpar na outra metade. E Pedrinho deverá fazer o mesmo, o que leva o jogo a um final feliz: cada um poderá iniciar a partida na metade das vezes em que jogarem bola.

Concluo que cada robô deverá ter um programa que o leve a nem sempre escolher a melhor jogada, por exemplo, cruzar a bola para frente ou para trás, para o parceiro "livre" da esquerda ou o da direita. E, cada vez mais, quem estiver assistindo ao jogo, terá a impressão de que há mesmo os falíveis (temíveis?) jogadores humanos em campo.

E digo tudo isto, pois acabo de lançar meu livro de "Teoria dos Jogos; crenças, desejos, escolhas", estando com o tema copa do mundo presente em minhas atividades contemporâneas.

DdAB
Imagem universal daqui.

15 junho, 2014

Teoria dos Jogos: a espada e a capa


Querido diário:

Continuam as articulações do importante concurso ontem iniciado (e agora finalizado): qual é a capa mais bela, a que vemos agora ou a que publiquei ontem? A de hoje é um arquivo tipo PDF transformado. A de ontem era JPEG. Quem acertar a resposta ganhará um brinde.

DdAB
P.S. tem gente dizendo que estas duas postagens ficam bem com o marcador "Besteirol" também...

Teoria dos Jogos: a capa e a espada


Querido diário:
Começa a articular-se um importante concurso: qual é a capa mais bela, a que vemos agora ou a que publicarei amanhã? A de hoje é um arquivo tipo JPEG e a de amanhã será um PDF. Quem acertar a resposta ganhará um brinde.
DdAB

13 junho, 2014

A Copa do Mundo e as Expectativas de Mudança Política


Querido diário:

Já nem preciso mais citar a fonte. Há fontes, dezenas de fontes, muitas. Um bom número de espectadores da copa do mundo e do espetáculo circense em que se transformou a política brasileira diz que a hora de darmos a resposta para os desmandos governamentais (executivo, legislativo, etc., etc., etc., lembra?) será nas eleições de outubro.

Eu fico rindo sozinho. E faço a primeira previsão: ganhe quem ganhar, haverá uma trégua nas manifestações até, digamos, o 100o. dia do novo governo. Ou seja, em abril ou maio de 2015, tudo começará de novo, com ânimo redobrado, com frustração redobrada.

Sei bem que meu voto tem probabilidade baixíssima de mudar o resultado eleitoral (presidente, governadores) e um pouquinho desprezivelmente maior para deputados e mesmo senadores. E também sei que este "paradoxo eleitoral" resolve-se com a observação de que não voto para decidir eleições, mas para ser visto votando. E que tenho feito votando?

.a. andei anulando o voto e depois votando no PT, o que me parece mais ou menos a mesma coisa...
.b. depois do plebiscito das armas e mensalão passei a abster-me de votar
.c. depois me arrependi de não ter votado na Dilma, mas acusava a existência da chapa Serra-Dilma
.d. aí votei para prefeito (juro que não lembro, talvez mesmo tenha anulado o voto ou até votado no Fortunati [que vi o dístico na prefeitura designando-o como furtonati]
.e. e que farei em outubro?

Em outubro:
.a. seguirei bebendo
.b. seguirei sem esperança
.c. votarei no PT.

Pode? Só bebendo... A contradição é tão espantosa que sigo esgrimindo o mote "abrace a política, sufoque um político".

DdAB
Contraditório, eu? E este "gelo pegando fogo" aqui?

12 junho, 2014

Copa do Mundo: política I, II e III


Querido diário:

A Taça do Mundo é nossa!!! Tem dois indicadores importantes. Não sei bem a natureza desses "marcadores". O fato é que hoje li uma notícia sobre política e futebol e vi, no jogo, outra manifestação de política. Vejamos.

Na página 8 de Zero Hora de hoje, a colunista Rosane de Oliveira (rosane.oliveira@zerohora.com.br) tem a principal notícia sob o título de "A Copa e o Mito da Influência na Eleição". Ao começar a ler, eu não sabia exatamente em que pensar: futebol influi ou não na política? teria causação de Granger? E então aquele campeonato do Corínthians em, se bem lembro, 1977 (ou 1978, mas apenas um ou outro). Parece que fazia mais de 250 que o clube do coração de Lula não ganhava campeonato algum. Pois bem: precisamente no ano em que foi campeão houve um enorme movimento de greves em São Paulo que não derrubou a ditadura mas mostrou haver brechas para a resistência.

Ok, e depois? Bem, agora entra a Rosane fazendo um retrospecto de "seis pleitos presidenciais" mostra que a relação entre o jogo da copa do mundo e o resultado da eleição alguns meses depois tem relação errática, ou seja, muito provavelmente nenhum dos dois isoladamente "causa" o outro. O quadro diz tudo: se é verdade que FHC foi eleito pela copa do mundo, também o seria que ele foi eleito pois foi considerado o "pai do plano real", aquelas coisas da outra geração.

E, mais importante do que qualquer coisa relevante do passado remoto, houve algo marcante no jogo de hoje. Ou melhor, antes do jogo, quando os hinos nacionais da Croácia e, depois, o do Brasil foram executados orquestralmente lá no estádio do futebol. Tudo normal, talvez, no hino da Croácia. Na hora do hino do Brasil, parece que existe uma resolução da FIFA proibindo que seja executada toda aquela enorme introdução, toda a primeira parte e toda a segunda parte. Por brevidade, a FIFA deixa tocar apenas a introdução e um pedacinho minúsculo da primeira parte. E sabe o que o povo fez, bem como os jogadores? Seguiram cantando "em capela" até o final de toda a primeira parte! A FIFA manda no Brasil? Certamente não. A FIFA manda no governo? Who cares? O povo gosta de política? Claro que gosta, pois soube diferenciar a seleção da FIFA e do governo. O povo ama o Brasil e deu-se conta de que chegamos ao limite de um modelo de instituições políticas (reforma política etc) e administrativas (reforma do judiciário etc.) que precisará ser derrubado a ferro e fogo. Mas não tenho dúvida de que será derrubado.

Quer ver o que temos? Bem, a boa notícia é que teremos eleições. Mas olha o que ocorre nas negociações preparatórias, na busca de coalizões partidárias. Eu confesso que não entendo tanto de política para saber quem é o PRB (e tive preguiça de procurar...). Pois no Rio Grande do Sul, este partido -diz a mesmíssima coluna de Rosane de Oliveira- participa da administração estadual (na coalizão do governo Tarso Genro, petista). Mas este partido ainda não sabe se apoia um dos candidatos já estabelecidos, já lançados, um pelo PDT e outra pelo PP. E parece que informa que, se decidir sair do governo, entregará todos os cargos que ocupa "imediatamente". Por tristeza, comecei a beber.

E outra notícia da câmara dos vereadores da cidade. Nesta, foi aprovado um projeto originário de um dos vereadores do partido DEM (ex-PFL, como diz a Carta Capital): a partir de sua aprovação, os "assessores que recebem gratificação por dedicação exclusiva na Câmara tenham outro emprego na iniciativa privada. A pergunta é: como alguém conseguirá conciliar uma jornada de 40 horas na Cânara com outro emprego?". Assessores? Não são os temidos CCs, cargos em comissão, empregos reservados aos parentes dos próprios vereadores, de outros políticos, de cabos eleitorais (e, naturalmente, os próprios, os responsáveis pela incompetência que impera na administração pública brasileira contemporânea). Bebi ainda mais!

Depois disto tudo, o Brasil ganhou o jogo da Croácia por 3 x 1. Nem posso dizer que bebi mais, pois ainda estou bebendo, hehehe!

DdAB
Imagem: departamento de artes gráficas e origamíferas da Editora GangeS.

11 junho, 2014

Hai-Kai 64


Querido diário:

Disse-nos o imortal MILLÔR:

OS GRANDES MORTOS
SE ENCONTRAM ANTES
NOS AEROPORTOS.

O Planeta 23, modestamente, trovou com:

Nos aeroportos
onde passei, sem
saudades empinei.

DdAB
Linda imagem daqui.

10 junho, 2014

A Cocaína Também Tá no Governo


Querido diário:

Volta e meia arguo que governo é a macacada toda: executivo, legislativo, judiciário, federal, estadual, municipal, administração direta e indireta, situação e oposição. Pois desta vez, valho-me desta classificação totalmente afeita às definições da contabilidade social e falo de suspeita de cocaína sendo consumida por governantes. Minha fonte: a página 26 do jornal Zero Hora de hoje, na coluna Política +, firmada por Rosane de Oliveira (rosane.oliveira@zerohora.com.br):

DERRAPADA EM REDE SOCIAL
Responsável por coordenar as redes sociais da campanha de Eduardo Campos (PSB) à Presidência, o jornalista Marcos Bahé pediu afastamento da função após publicar uma mensagem no Facebook relacionando Aécio Neves (PSDB) ao uso de drogas. 'Vai ter coca, Aécio Neves', dizia o texto, apagado em seguida. O jornalista diz que a mensagem deveria ter sido publicada em grupo fechado, mas 'vazou'. Leia mais em www.zerohora.com/blodarosane.

Eu já ouvira acusações assemelhadas endereçadas ao hoje senador Collor de Mello, ao próprio governador Eduardo Campos e a milhares de outros cujo nome agora me foge. Quem acompanha este Planeta 23 testemunhará que volta e meia falo sobre o tema, tendo mesmo chegado a intitular umas postagens como "Adoro Drogas". Faço tudo que é tipo de requebro retórico para mostrar que a política de repressão criada pelos Estados Unidos e copiada por governantes de sociedades de muito menor desenvolvimento social do que a americana é estupefaciente (hehehe). Que posso dizer? Defender Aecinho? Indagar-lhe o que pensa sobre a política atual, o que pensa sobre o aborto, essas coisas? Acho brabo.

DdAB
A imagem tem a fonte citadinha bonitinho aqui.

09 junho, 2014

Hai kai n. 63


Querido diário:

Na p. 69 do livro de hai-kais da L&PM, o hai-kai 63 de MILLÔR deixa-se ler como:

ENFIM, NO MEU CAMINHO,
UMA ESTÁTUA EQUESTRE
COM O HERÓI SOZINHO

[sob o hai-kai vê-se, todo sorridente (se é que o vejo) sobre o pedestal de um monumento em que pousam as duas patas traseiras de um cavalo, que, naturalmente, retém as dianteiras no ar, em atitude bastante fogosa, o próprio herói, isto é, o cavalo]

O Planeta 23, inspirado por tudo isto, trovou:

Com o herói sozinho
Sozinho o vilão
Rouba o próprio ninho.

DdAB
A imagem é daqui e, por engano, há uma pata assente sobre o pedestalzinho. Mas, como 63 não é um número primo, parece razoável.

08 junho, 2014

Hai-Kai n. 62


Querido diário:

O hai-kai n. 62 de MILLÔR diz:

COM PÓ E MISTÉRIO
A MULHER AO ESPELHO
RETOCA O ADULTÉRIO

E o Planeta 23, um pouco agastado com este caso de adultério, não perdeu a oportunidade para fazer-se hermético e radical:

Retoca o adultério,
tu que tantos tocas
Minha alma, refrigério.

DdAB
Imagem daqui. E mais hai-kai:
Pelo jeito
lá não volto
nem refeito.

07 junho, 2014

A Copa do Mundo: gol deitado


Querido diário:
O rei aqui é Pelé, na terra do futebol, ..., Quem sabe tem mais de um quebrando a casca do ovo? Lembrou? Isto é a canção de Moraes Moreira embalando a seleção do Brasil na Copa do Mundo da Espanha (olha o YouTube lá no P.S.). E lá até o Juan se mandou, nestes últimos dias, depois de meter bala em elefantes africanos. Nem preciso dizer a fonte da imagem acima: são jogadores de menos de 15 anos de idade, envolvidos com o esporte praticado em São José do Sabugi, Paraíba. É ou não é o futuro do Brasil? É ou não é a pressão pela verdadeira reforma política, que pode permitir-nos chegar à copa de 2022 com um país de menos iniquidades do que as que tenho visto desde que, em 1958, andei ouvindo uns ruídos originários de Estocolmo.

E por que vim a cair nesta viajação de falar em Moraes Moreira, os jovens sub-15 (?), essas coisas? Simplesmente porque eu queria exibir como foto do dia uma imagem do jogador Fred nos instantes que cercaram seu chute deitado que consagrou o gol do Brasil na última partida antes da  C o p a . Então pedi o gol deitado, mas vieram milhares de imagens daquele outro famosíssimo gol do mesmo famosíssimo Fred deitadíssimo contra a Espanha. Então: é ou não é 5x1 contra a Argentina na final? (Só espero que não ocorra um erro de predição e aquele golzinho de ontem seja o nosso e os cinco sejam de los hermanos).

DdAB
Eletrizante, não é?, as guitarras, tudo aquilo, é o frevo baiano.

06 junho, 2014

A Copa do Mundo e a Desigualdade


Querido diário:

Claro que, num jogo de soma zero, queremos a desigualdade. Queremos, no caso da seleção brasileira (todos os brasileiros?), vencer, exercer a desigualdade sobre todos os demais. E Felipão já falou algo na linha antecipada pelo Planeta 23. Ele quereria pegar um latino-americano na final. O Planeta foi mais específico: 5x1 contra a Argentina. Desigualdade.

Mas o igualitarismo já começa por aí. Não falei em 5x1 contra um dos fracotes da copa. Quero um igual para deixar mais clara a superioridade do sagrado time do Brasil. Sigo a cartilha de Drummond. E milhares de outros poetas e intelectuais que se regozijam com o futebol especialmente nesta época do quadriênio.

Ocorre que o quadriênio ocorre sempre coincidindo com as copas do mundo (desde que estas passaram a ser quadrienais e as eleições brasileiras também. Estas são mais flexíveis que esses, mas ainda estamos no empate, e a dupla Aécio-Eduardo já fala em mudar tudo novamente, uns irresponsáveis, a criar-nos alternativas para votar em Dilma, uma irresponsável...). Por falar em calendário, temos, então, pelo menos temporariamente o segundo paralelismo: eleições municipais e anos bissextos. By the way, o Planeta 23 é a favor da mais desabrida reforma política (voto facultativo, parlamentarismo, extinção dos estados e senado, essas coisas), mas absolutamente contrário à mudança do calendário eleitoral. Candidato que fala em mudar a periodicidade das eleições bem pode, in due time, encantar-se com a possibilidade de infinitas reeleições.

Ok. No outro dia, li neste mesmo e carimbadíssimo jornal (a páginas tantas) declarações do filósofo americano, prof. Michael Sandel, falando na desigualdade e ilustrando com o que ocorreu nos Estados Unidos, dando um singelo exemplo esportivo: a diferença entre o maior e o menor preço para um jogo de baseball (o correlato de nosso futebol lá deles) era de três dólares (não sei se a preços daquele tempo ou atualizados. Mas ele queria dizer que era uma diferença ínfima. Em compensação, nesta copa do mundo, aliás, nem é na copa do mundo, hoje (stamped newspaper, página 22) jogam Croácia e Austrália numa competição prévia às "hostilidades" (entre amigos, claro...), os preços dos ingressos são de R$ 30 a R$ 90, ou seja, aqueles três $$$ viraram três XXX.

Ok. E na página 51 tem dois artigos assinados. Um é a favor da copa e outro é contra. Contra é a guria, estudante de medicina (Giovana dal Pozzo Sartori). Parece que tem a incapacidade de diferenciar cravo e ferradura. Mas diz verdades duras (algumas citadas literalmente e outras editadinhas):
.a. espera 40 minutos por um ônibus superlotado
.b. o lotação lhe custa R$ 17,60 por dia e os estacionamentos são caríssimos
.c. perde horas no trânsito
.d. não se sente segura para estacionar na rua nem parar em sinaleiras
.e. roubam-lhe o estepe
.f. não adianta ter carro, pois os ladrões roubam os demais pneus e o próprio carro
.g. greves de transportes públicos, ausência de mobilidade urbana
.h. declarações de Lula ("nosso ex-presidente") sustentando que metrô é "babaquice" e que brasileiro vai ao estádio a pé ou de jumento
.i. filhos morrem em acidentes nas estradas intransitáveis; alguns deles são amassados por ônibus, pelo menos um deles, sem freio
.j. trabalhamos até maio apenas prá pagar impostos (garanto que a fonte dela é o IBPT (desmascaro-o aqui), logo isto está errado, mas estou do lado da garota anyway, que um pouco de retórica não faz mal)
.k. os impostos retornam na forma de estradas perigosas, insegurança pública, educação e saúde falhas
.l. políticos roubam nosso trabalho (dela e meu, claro)
.m. nossa produção enfrenta a falta de estradas e portos
.n. "Mas financiamos a construção de portos em Cuba" [e, acrescento, pensamos em fazê-lo também no Uruguay]
.o. pacientes dormem na fila por uma consulta
.p. pacientes esperam um ano por uma tomografia pelo SUS
.q. pacientes entram na justiça e esperam mais um ano por um quimioterápico
.r. pacientes morrem enquanto rolam os itens p e q
.s. médicos fecham UTIs por falta de até mesmo luvas
.t. o governo acha melhor [do que o quê?] trazer mais médicos
.u. abri (ela) o jornal
.v. li (ela) que obras de que precisamos há tamto tempo não ficarão prontas nem pra receber turistas na copa
.w. não vejo a copa nem nas ruas nem na população
.x. passagens aéreas do período dos jogos estão em promoção
.y. será que os turistas estão com medo de vir para um país colapsado
.z. queimamos ônibus nas ruas
z1. assassinamos (ela não disse ser ela, eu é que me meti a serial killer...) 56 mil pessoas por ano
z2. talvez o dinheiro [de] que tanto precisamos para reformular elementos básicos do país não terá o retorno
z3. e aqui o parágrafo olímpico (sem trocadilho...):

Depois de tudo isso, querem que torçamos para a Seleção neste mês. Desculpa, Brasil, mas eu não consigo. E quem consegue se importar se o Brasil vencerá essa Copa, em frente à necessidade de vencer tantas outras?

Concordo com tudo o que a garota disse, exceto que quero que o Brasil ganhe a final da Argentina por 5x1, hehehe. Cada uma, e agora esta de que ela não consegue torcer para a seleção canarinha!

O segundo artigo assinado da página 51 do, já sabemos, carimbadíssimo jornal já vai revelando preferências com o título: "Porque sou a favor da copa", de autoria de Luiz Fernando Lima Albernaz. Ele é que falou naquele sr. Michael Sander que citei lá em cima, que -em sua conferência- indagou se alguém era a favor da copa do mundo neste momento no Brasil. E aquela turma foi quase unanimemente contra. Mas ele não.

Olha a diferença entre entre ele, cirurgião vascular, e a garota, estudante de medicina. Diz ele:

A corrupção, como disse o professor [Michael Sander], traz entre seus principais malefícios a destruição da confiança e da esperança nas pessoas e nos governos e isso é inaceitável. Mas, ao procurar algo de positivo na vinda da copa para o nosso país, eu vejo que ela nos obrigou a olhar no espelho. [...] Acredito que a série de reflexões sobre o nosso país e consequentemente a sensação de vergonha que está nos assolando são os principais legados da vinda da copa para o Brasil. Acredito que as lições da copa serão ainda mais proveitosas se, depois que as visitas forem embora, nós tratarmos de pôr a mão na massa e fizermos as tão desejadas reformas.
Fiasco é não celebrar uma festa, fiasco é se deixar embriagar e esquecer de tudo depois. Agora é hora de receber as visitas e curtir este momento com a devida alegria, mas não esquecer que a roupa suja deve ser lavada até outubro.

De minha parte, penso que, até outubro, ouviremos muitas denúncias e corrupção, mas lamento não acreditar que já tenhamos sofrido o bastante para que a classe política tenha entendido que a prioridade absoluta do país é a reforma política. Que todas -todinhas- as câmaras legislativas estão completamente corrompidas pelo oficialismo (altos salários, enormes volumes de CCs, diárias, viagens, corrupção, ção, ção!). E que o executivo (que venha a reforma administrativa) está forrado ainda mais perniciosamente de CCs e o judiciário... este só fechando... Parece-me que também tem gente querendo vender a ideia de que, se tivermos boa performance também nas eleições, tudo vai-se resolver. Minha visão é que precisaremos de muito mais mortes, incêndios, tumultos, assaltos, assassinatos, toda aquela lista da Giovana e, ainda assim, só com muito mais ferro e fogo é que os políticos vão-se tocar de que precisam aparentar uma fração maior de altruísmo em seu comportamento.

DdAB
Imagem: procurei o nome da estudante de medicina e vieram várias lindas imagens. Comovi-me com a que vemos lá no frontispício desta nova página e faço meus aqueles votos de bom fim-de-semana. Aqui.

P.S.: hoje é dia 10 de junho de 2014. Vemos que a página 37 de Zero Hora exibe mais um artigo achando estranho não torcer pela seleção do Brasil. Antes tínhamos um médico achando normal torcer e uma estudante de medicina achando que sofrer não tem nada a ver. Agora é a vez de uma médica:

DESCULPA GIOVANA, MAS EU CONSIGO
Anette Blaya Luz
Li no dia 6 de junho em ZH - Artigos um texto escrito por Giovana dal Pozzo Sartori, no qual ela descreveu, com propriedade, várias mazelas que o povo brasileiro vem sofrendo no cotidiano, e por isso ela não poderia torcer pelo Brasil nesta Copa. Questões que o cidadão experimenta nas ruas referentes ao sucateamento da saúde, da educação, do transporte e da segurança pública são abordadas por Giovana Não discordo dela em nenhuma dessas queixas. Além disso, me alio a Giovana na dor que ela sente por depender de um poder público tão corrupto.

Mas discordo dela na forma de encaminhar esses temas. Por que não torcer por um Brasil melhor? A decisão de não torcer pelo Brasil ou de incentivar a sabotagem aos jogos da Copa me parece equivocada. Explico.

Como psicanalista, me permito a seguinte comparação: quando um adolescente complicado faz de tudo para ser expulso da escola, ou para repetir o ano, ou rouba e mente, ele está, muitas vezes, tentando um ajuste de contas com seus pais, a quem ele acusa de maus pais.

O que é difícil para esse adolescente compreender é que ele está “dando um tiro no pé”, isto é: para se vingar dos pais, é ele quem sofre. É ele quem fica em recuperação, é ele quem perde os amigos que passam de ano, é ele quem se deprime por não conseguir dar conta de suas tarefas, é ele quem fica se sentindo menos do que os demais. Certamente, os pais também sofrem, mas ele sofre bem mais. Cabe ao analista auxiliá-lo a encontrar formas mais adequadas e menos penosas para que ele possa se fazer ouvir e respeitar.

Conosco, povo brasileiro, me parece muito semelhante. Se sonhamos com um futuro melhor, precisamos aprender a protestar melhor. Precisamos votar melhor, escolher melhor, pensar melhor. Afinal, nós somos o Brasil. Fazer baderna, sabotar os jogos, queimar ônibus, bloquear estradas e ruas, fazer greves de serviços fundamentais em momento tão importante me parece “dar um tiro no pé”. E sofreremos as consequências de passar essa imagem para o resto do mundo.

Por pensar assim é que consigo, sim, torcer pelo Brasil. Com taça ou sem taça, desejo que o mundo acredite num Brasil melhor, que possa oferecer mais oportunidades para todos.

05 junho, 2014

Ponte, Meio-Ambiente e Sociedade Igualitária


Querido diário:

Estamos de cara nova (dialeticamente, diria Carlos Cirne-Lima, o que vemos na imagem é a cara velha). Talvez apenas iniciando um processo de transição a uma cara nova. Tudo por causa da copa do mundo. Ouvi de um torcedor argentino que meu blog ficaria melhor com as cores que mais agradaram a Jorge Luis Borges, a Julio Cortazar, a Ernesto Sabato e a tantos outros. Pensei que a melhor solução seria mesmo eu voltar a meu ramerrão e comentar a manchete do jornal Zero Hora de hoje, como sabemos, meu -que remédio?- formador de opinião e agenda de assuntos.

Momentos antes de começar a escrever aqui, o torcedor de que falo chamou-me a atenção para uma notícia que viu ao vivo na TV de seu hotel porto-alegrense, que já está a postos para os eventos esportivos supervenientes. Disse-me ele que viu cenas de uma estação de metrô de São Paulo (ele pronuncia 'sáo paullo) sendo vandalizada por brasileiras e brasileiros. Quebraram tudo, disse ele.

Eu, que estava pensando em comentar a manchete do jornal, que diz que a ponte prometida pelo governo há milhares de ano para secundar a ponte velha deveria ter a construção iniciada no mês findo, mas parece que o pedido de licença ambiental nem começou a correr na repartição pública pertinente. Impertinente?

Como sabemos, ao passar a ter -inspirado por Andrew Glyn (aqui)- uma visão não óbvia do que significa uma sociedade igualitária. Ele mesmo diz que igualitarismo, por exemplo, não é todos termos direito a uma cirurgia óssea uma vez por ano, mas todos direito a uma cirurgia, os carentes de adequada estrutura óssea, terão reparos na área, os carentes de coração saudável tê-lo-ao consertado, e assim por diante. Em minha visão, o igualitarismo -por falar em saúde- começa com uma concepção universal: hierarquizam-se as gravidades das doenças e os remédios para todas elas vão sendo garantidos a toda a população gradativamente. No caso,  ser-se-ia (esta do serceía é braba...) credenciado a, por exemplo, acabar com a barriga dágua. Depois do sumiço desta vergonhosa endemia é que se começaria, por exemplo, a autorizar tratamento de bicho-de-pé. Depois, começariam cirurgias mais simples (apêndice?), e assim sucessivamente. É inconcebível que haja pessoas beneficiando-se, hoje em dia, de tratamento público para aids, mumps, slots, e a negadinha da barriga dágua siga praticando seu desequilíbrio, forçando a coluna vertebral, essas coisas.

Andrew Glyn permitiu-me ver que a chave da sociedade igualitária é a existência de empregos de qualidade para todos. Volta e meia, verbero aqui contra o emprego de papeleiro, de flanelinha, essas coisas. Então sou contra o igualitarismo? Claro que não, bem ao contrário, pois um emprego de flanelinha está, a seu modo, contribuindo para a manutenção da desigualidade, pois ele não detém um emprego decente e ganha salário menor do que a média. (Nem, by the way, um filho na escola, essas coisas).

E a ponte? Uma vergonha o governo ser incapaz de construir uma pontezinha destas que há aos magotes na vida chinesa a cada ano. E o meio-ambiente? As licenças ambientais estão atrapalhando a vida brasileira, não no sentido de que as obras devam situar-se fora do meio-ambiente, mas que o projeto da ponte, o projeto da raposa dourada, o do mico leão e tantos outros devem, desde o início, carregar as soluções ambientais (o que poderá, em certos casos, levar a análise de custo/benefício a descartar o projeto).

E, pelo que diz o jornal, a tal entidade que prolata (o quê?) as licenas ambientais precisa de dois meses para fazê-lo. Aí voltei a pensar no emprego como indutor da sociedade igualitária: por que não contratam mais gente? Parece que, pelo que agora se noticia neste canto de mundo, os assaltos em Porto Alegre estão diminuindo e os do interior do estado estão aumentando. Razão? Soldados interioranos estão patrulhando as ruas metropolitanas. Não era para contratarem aquele um milhão de soldados de que falo desde que aquele mesmíssimo Andrew Glyn deixou-me voltar a Porto Alegre e sugeri tal estratagema para a plataforma de um candidato a governador do estado. Não fez, nem se elegeu. Outro, que se elegeu, não foi reeleito, pois tampouco o prometeu e, menos ainda, fez.

A aritmética deste um milhão de empregos é simples: cada soldado que entra é um bandido que sai e, mais ainda, o soldado, além de distanciar-se ele mesmo do crime, ajuda a reprimir outros réprobos. Até hai-kai pinta aqui:

A paz!
Não está
prá nós...

DdAB
P.S.: for the record: o que vemos agora é:


A foto é do dia em que fui a São Sebastião do Caí. Fê-la Eliane Sanguiné.

P.S.S.: no jornal Zero Hora de amanhã (como é que sei?), leremos na página 43: Ponte | Dnit diz que obra no Guaíba está no cronograma. [...] o prazo contratual para o projeto é de três anos e meio (seis meses para a elaboração do projeto e licenciamento ambiental e o restante para a obra), e não de três anos como publicado." Como é que sei? Pois postei isto depois de ler o jornal, às 11h03min de 6/junho/2014, sexta-feira. E que digo? O jornal se precipitou. E mais: como é que esta obra teve um orçamento aprovado se não havia projeto? Só bebendo!

P.S.S.S. e aquela foto da Eliane Sanguiné durou apenas um dia: hoje (6/junho/2014) troquei-a por uma tirada por Paula de Paris.

03 junho, 2014

A Copa do Mundo e os Churrascos



Querido diário:

A cada dia, vejo-me dedicando mais horas para a espera que tenho feito dos jogos da copa do mundo, tenho lido afanosamente o jornal na seção de futebol e mesmo tenho ouvido rádio nos programas esportivos e, como sofrimento, até a Voz do Brasil (este aborto governamental que se manifesta contra o aborto, ironias getulistas). Pois muito bem. E que já ganhei de novo em matéria de concepção materialista da história? Na página 11 de Zero Hora de hoje há um artigo de autoria de Luciano Perico (luciano.perico@rdgaucha.com.br) que leva por título nem sei bem se "Mundial 2014", "Feras da Copa" ou "#Vai Ter Copa". Vejamos:

Você organiza um churrasco em casa, convida os amigos, serve a melhor carne e a cerveja gelada. Só que a casa está bagunçada. A galera repara, comenta, mas curte a festa. Você acaba sendo um bom anfitrião, porém sabe que precisa melhorar muito. Essa é a imagem da Copa no Brasil. Teremos os principais craques da bola em novíssimos gramados no maior Mundial de todos os tempos. Todas as seleções campeãs estarão aqui. Mas a organização vai deixar a desejar. Isto é fato! Então, bola ao centro!
Só que se criou uma ideia errada de que ser a favor do Mundial é passar atestado de alienado ou vendido ao tal padrão Fifa. Talvez por isso não tenhamos cidades pintadas de verde e amarelo. As pessoas parecem acuadas em demonstrar o orgulho de receber um evento dessa magnitude. A vida inteira se curtiu Copa em todos os cantos do Brasil. Ser a favor da Copa não significa concordar com a incompetência da organização, com o torneio de obras lerdas, inacabadas e superfaturadas. Não significa ignorar a voz dos descontentes, que vivem à margem da sociedade, sem hospitais, educação e mobilidade e com violência que assusta. O momento histórico é único. Há muito o Brasil tem uma série de questões graves para resolver. Portanto, os problemas não nasceram com a 'vilã' Copa - mesmo sem sediar um Mundial há 64 anos. Temos o dever de fazer o melhor possível e esquecer a máxima do 'quanto pior, melhor'. Depois a gente cobra as obras inacabadas e avalia o que realmente ficará de legado. #VaiTerCopa. E a gente tem que mostrar ao mundo que o brasileiro é capaz com a nossa alegria, nossa hospitalidade e o jeitinho de resolver as coisas.

Cara, dado que a RBS-Zero Hora tem um representante permanente no Senado Federal (Zambiazzi, Ana Amélia, Lazier), sou de opinião que o Luciano deve ser o próximo candidato. Ele disse coisas que não me ocorreria dizer e outras que ocorreria:

:: descontentes que vivem à margem da sociedade
.a. sem hospitais
.b. sem educação
.c. sem mobilidade (e eu falo mais até em mobilidade social, certa mente determinada pelo grau de igualitarismo)
.d. sem segurança pública

:: e acrescento: sem um poder judiciário decente. E que fazer? Beber? Penso que há o que fazer, para resumir:

.a. reforma política
.b. reforma tributária
.c. reforma administrativa.

Haverá uma mudança que possa condicionar todas as demais mudanças? Acho que esta está começando e andando com cada vez mais vigor: as manifestações (inclusive as contrárias à participação do Brasil na copa, por que não?). Tenho esperança que o Brasil ganhe a Taça do Mundo, um apertado escore de 5x1 contra a Argentina, na partida final.

DdAB
P.S. quase não coloquei como marcador desta postagem também "Economia Política"? Afinal um "atestado de alienado" para mim teria uma mensagem política significativa: de tanto ver burradas dos governantes, decidi aprofundar a bebida, o que me tiraria todo o tempo para pensar em que mais fosse que não outra garrafa!
P.S.S. a imagem veio daqui. Pedi ao sr. Google Images algo com pelé + shell + fotografia. Vieram coisas esdrúxulas, como esta palavra, desffocadas como esta. Aí mudei e pedi Pelé + Dario. E veio esta imagem que presumo mesmo ser de Dadá Maravilha. Meus amigos mais próximos sabem que há alguns anos sou torcedor de ambos Grêmio e Internacional (por odiar aquele maniqueísmo gaúcho que acaba por degolar adversários, chamando-os de inimigos). E jamais esquecerei a manchete do jornal de que hoje falo e diuturnamente leio quando, há milhares de anos, Dario veio contratado para salvar o Internacional de uma fase terrível. Lema: sabemos que diz o folclore que Dario, certa feita, indagado sobre por que jogava futebol se a problemática do mundo era de arrepiar. Ele respondeu: "Não me venha com problemática para a qual eu tenho solucionática". Pois bem, levando o leitor arguto (e apenas ele?) a evocar esta tirada, a manchete do jornal, anunciando a contratação, com uma foto deste tipo, era: "A SOLUCIONÁTICA". Amei e jamais esquecerei.

02 junho, 2014

Desenvolvimento e Desigualdade: 2 ou 3 cliques


Querido diário:

Todos lembramos da história de Stanislaw Ponte Preta com a encomenda por telegrama de 2 ou 3 macacos do mineiro que visitou a Amazônia e gostou do bicho. Aí veio o erro do correio que transmitiu -ao invés daqueles 2ou3- um sonoro 2003 macacos, que assolaram a cidade.

Pois bem, não foram 2 ou 3 cliques, mas uns oito ou nove. Mas cheguei aqui:

EASTEARLY, William (2007) Inequality does cause underdevelopment: insights from a new instrument. Journal of Development Economics. V. 84, n. 2, Nov, p. 755–776.

Como falei a um menino de rua que me pedia esmola, nunca ouvira falar mais detidamente em Bill Easterly, como andei vendo gente a ele se referindo. New York University: austríaco, neo-austríaco. Com e-mail: William.Easterly@NYU.edu.

E que diz ele? Mostra-nos uma metodologia sofisticada na busca de uma relação causal entre desigualdade e desenvolvimento. Ele fala em determinantes importantes do subdesenvolvimento, como é o caso das instituições, da qualidade da política e do capital humano. Mas deixa bem claro que a desigualdade (medida pelo índice de Gini) em um cross section mundial aponta sem dúvida para o fato de que assimetria nas culturas agrícolas (trigo e cana-de-açúcar) causa a desigualdade que, por seu turno, causa o subdesenvolvimento.

Minha visão de desigualdade é óbvia: por exemplo, na formação de capital humano, a chave é a educação. Numa sociedade igualitária, haverá professores, assistentes sociais, psicólogos, dentistas, toda aquela turma, gravitando em torno das escolas. Os professores, assistentes, etc. empregados terão filhos também indo à escola. E assim por diante. Até que o país (Brasil, Congo, Noruega) passa a se beneficiar de maior intensidade do capital humano, favorecendo elevações na produtividade do trabalho e, com ela, a renda per capita.

DdAB
Imagem daqui. Gostei da busca da igualdade: negro e branco, ome e muié, sadio e doente, jovem e velho. E tudo o mais! Criminoso pobre e criminoso rico. Argentino e uruguaio. Esloveno e eslovaco, e por aí vai.

P.S.: até agora estou em dúvida sobre a tradução que fiz da palavra "wheat". Sei que "corn" quer dizer tanto cereal quanto milho, mas wheat? Trigo, só trigo?

01 junho, 2014

Teoria dos Jogos: Cournot e os camelos


Querido diário:

Como sabemos, o modelo de formação de preços de um duopólio criado por Augustin Cournot não fala de camelos e sim de água mineral. Quem fala de camelos é "O Homem que Calculava". Ele fala num potentado árabe que deixou 35 camelos para três filhos, mandando que fossem distribuídos em proporções de metade para o primeiro, um terço para o segundo e um nono para o terceiro. Os filhos se desentenderam, pois a verdade é que o pai, sr. Namir, errou nas contas e deixou 1/18 de 35 camelos sem destinação. O homem que calculava já foi direto multiplicando esses 1/18 por 2/2 e chegou a 2/36. Pensou ele: se meu amigo (parece que Beremiz andava na carona de camelo de um amigo) me empresta seu camelo a curto prazo, vou estar colocando mais um camelo nesses 35. Neste caso, todos sairemos ganhando, exceto meu amigo que me emprestará o dele e o receberá de volta sem juros ou correção camelária. Mesmo assim, poderemos alegar que o próprio amigo, que levava Beremiz na carona, sairia ganhando em continuar a viagem sozinho em seu camelo, ainda que acompanhado pelo Homem que Calculava, agora proprietário de outro espécime.

A terceira coluna do Modelo de Camelagem mostra que esta situação é um ótimo de Pareto relativamente à situação pré-Beremiz: todos saem ganhando (pois camelo fracionário não pode) e ninguém sai perdendo. E aquele "jamais" é o plural de "jamal", camelo, no dizer de Malba Tahan.

E também sabemos que a aritmética do modelo de Cournot é igualmente singela e desafiante. A tabela do modelo de Cournot mostra na primeira coluna a fração inicial do incumbente (o que se incumbe da oferta inicialmente): metade do máximo absorvível pelo mercado. Quando chega o entrante, este escolhe a quantidade de metade do que sobrou relativamente à metade do incumbente, ou seja, 0,25. E o incumbente reage e escolhe a metade do que sobrou: (1 - 0,5 * 0,5)/2 = 0,375. E assim por diante. Até que eles convergem à posição de equilíbrio, cada um ofertando um terço da quantidade máxima absorvível pelo mercado.

Ou seja, o aumento na concorrência levou a que a quantidade ofertada no mercado tenha-se elevado de meio para dois terços. Quer saber mais? Consulte:

BÊRNI, Duilio de Avila e FERNANDEZ, Brena Paula Magno (2014) Teoria dos jogos; crenças, desejos, escolhas. São Paulo: Saraiva. 

E as postagens:
30 de abril de 2014: aqui
1st de maio de 2014: aqui
2 de maio de 2014: aqui
3 de maio de 2014: aqui.

DdAB
P.S. ainda mais: aquele camelo que foi apropriado 100% por Beremiz poderia ter dado ensejo a um processo de barganha: todos se sentiriam credenciados a ele (o jamal) e todos compartilhavam do desejo de preservar o objeto da questão (o jamal). Barganha? Nâo é a mesma coisa que o objeto da economia política segundo David Ricardo? Aqui.