30 maio, 2014

Ulysses: site, esquete e supercenário


Querido diário:

No outro dia,
nem o lia
mas sabia...

Isto é um hai-kai que decidi fazer em homenagem à realidade tangível da concretude do mundo palpável. Em outras palavras, não gosto de ser redundante e, assim, livro-me de explicar direitinho como foi que vim a parar neste site aqui. O fato tangível é que são dois alentos rememorados pela figura:

:: nossa familiar "Stately, plump Buck Mulligan".

:: agora a misteriosa: "ineluctable modality of the visible". [que se lê, ao ampiar a imagem de John Coulthart, despregando-se do olho direito do sr. Joyce].

Dizem pela própria internet que se trata da primeira sentença (abertura) do terceiro capítulo - "Proteu" -, de acordo com a numeração da tradução de Bernardina, na página 65:

Inelutável modalidade do visível: ao menos isso se não mais, pensei através dos meus olhos.

Por diletantismo, fui ao Google Tradutor e encontrei precisamente esta tradução para a primeira parte: "inelutável modalidade do visível", não que a Bernardina o tenha usado. As interpretações são as mais variadas. Eu já comecei, quando li, a indagar-me "quem pensou". E anotei: Stephen, e agora não conferi se foi ele mesmo ou alguma outra personagem menos vistosa. Como saberei? Ontem, falei que gostaria de galgar a eternidade para poder saber quem inventou os dois pontos repetidos na mesma sentença. E, se pudesse galgar duas eternidades, certamente tentaria saber tudo o que já foi escrito pelos comentadores.

DdAB
P.S.: não esqueçamos que já prometi ler o próprio "Ulysses" em todas as traduções que puder encontrar, reservando para nova reencarnação a leitura diligente do original em inglês, daquela que talvez nunca venha a ser declarada uma edição prínceps.

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