13 maio, 2014

O Livro de Minha Vida

Querido blog:

No tempo antigo, as pessoas pensavam na finitude da vida, pensavam que a morte era o final. Exceto, claro, os bilhões de místicos, de religiosos, que achavam que haveria um sideral encontro com seu criador, Deus, sendo, mesmo, religião, a expressão de re-ligar, voltar a conectar-se. Disto não é fácil entender, mas podemos a perceber que Severiana costumava contar que ouvira de sua tia os dizeres: "quero fechar com chave de ouro o livro de minha vida". Literatices da tia? Panteísmo de Severiana? 

Por como que uma conjunção de pensamentos siderais, Severino divagou, no outro dia, pensando: "Vivi, viverei e finalmente vou me reintegrar à natureza. Como a mãe da personagem interpretada por Anthony Quinn, que seria comido pelos ursos ou vermes. Talvez sobre algo, talvez tenha ficado algo registrado nos neutrinos que serão resgatados, reorganizados e colocando-me novamente em condições de escolher natureza autônoma ou natureza integrada."

Severiana disse apenas: "Se me trouxeres outro bouquet destes, tudo ficará mais que perfeito". Severiano anuiu. Eles passavam a maior parte do tempo distanciados por enormes percursos, mas dispunham em cada nave solitária de sósias do/a outro/a, tripulações de androides homens e mulheres e um "beta", como diziam, que eram suas versões maquinais.

DdAB

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