30 dezembro, 2013

Por Farta Dágua (a culpa é do preço pelo curso médio)


Querido diário:
Há anos, fiz render espantosamente o exame das consequências lógicas de algo que, na realidade realmente real, não foi bem o que li nas vetustas escadarias do Museu Britânico. Lá não dizia algo como "Se você não  contribuir para a manutenção do museu, teremos que começar a cobrar pelo ingresso". Primeiro, achei que era uma ideia a merecer uns bons tragos ("pints of bitter", como diria um deles): se tu não paga, então não podemo sustentá o cerviço e tu tem que passá a pagá.

Digamos que isto tenha ocorrido por volta de 1990-1995. Em compensação, lá por 1978, eu era estudanate do mestrado em economia industrial da University of Sussex, naquele mesmo reino que abriga os saques que os britânicos fizeram mundo afora. Ganhei muita coisa daquela minha primeira abordagem ao mundo acadêmico de grau de decência muito superior ao que se encontrava contemporanemente em Porto Alegre, onde eu já ganhara o grau de Magister in Artibus, ou melhor, ganhei o de Mestre (PPGE/UFRGS) e este de Master of Arts ganhei-o mesmo foi lá de Sussex, a chamada universidade vermelha.

Pois bem, uma das coisas que estudei naquele período difícil foi a teoria da formação do preço em diferentes tipos de mercado. Entre eles, claro que um economista industrial deve saber que as "utilidades públicas" devem mesmo ter o preço formado pelo custo marginal, ou alguma combinação razoável com o rateio para pagar os custos fixos. Note-se que a fragmentação infinita (cada milímetro adiante no trajeto é mais caro do que o precedente) é tão estapafúrdia como aquela de pressupor que pobre mora na periferia e, como tal, o preço da tarifa do ônibus deve ser calculado com base no custo médio da operação.

Em compensação, a p. 4 do jornal Zero Hora de hoje tem uma reportagem sobre o calor e a falta de água. Simplesmente a incúria é tão estapafúrdia no Brasil que ano após ano farta água para a lavoura e farta água para a negadinha usar como bem lhe aprouver (lavar automóvel, beber, banhar-se chez elle ou no clube, e por aí vai). Mas se fosse apenas água, ainda poderíamos capturar hidrogênio e oxigênio do meio ambiente, submeter ambos a baixas temperaturas e gerar água, não é mesmo? Claro que não, pois também há carência de oferta de energia elétrica. Dois serviços de utilidade pública ou privatizados ou dirigidos por políticos detentores de cargos em comissão.

Literalmente, diz o jornal numa das chamadas da matéria:

"Culpa é do calor e do consumo, diz empresa"
"[...] Segundo a Corsan (Companhia Riograndense de Água e Saneamento), o desabastecimento ocorre devido às altas temperaturas e ao consumo excessivo de água."

Em outras palavras, a turma dos cargos em comissão está certa de que, caso não haja calor nem consumo, então não faltará água. Só bebendo!

O que falta mesmo é:
.a. vergonha na cara para os governantes e
.b. conhecimento de promover o racionamento (dentro de limites razoáveis, nunca como instrumento de aliviar a incompetência geneticamente implantada nos políticos, ano após ano, geração após geração) por meio do estabelecimento de uma tarifa adequada.

DdAB
P.S. entre os rendimentos retóricos e sarcásticos daquele negócio que se não contribuíres espontaneamente para a manutenção do museu, haverá cobrança de bilhete de ingresso, surgiu meu artigo sobre a obrigatoriedade do uso da gravata: devemos usá-la, a fim de impedir que seu uso seja obrigatório.

Imagem? Rei do Baião do YouTube, claro.
https://www.youtube.com/watch?v=cWiJL0_yj9c

27 dezembro, 2013

Ulysses em Alemão: Parte II

Querido diário:

A postagem anterior (aqui) teve uma visualização extraordinária. Fico a imaginar quantos terão sido frustrados pelo conteúdo, especialmente dado o fato de que a marquei como "Besteirol", um dos marcadores que mais utilizo para o pensamento político dos homens de escol do Brasil.

Basicamente, peguei uma passagem da página 362 da tradução de Bernardina da Silveira Pinheiro. Estávamos no capítulo 12, intitulado "Os Cíclopes". Ei-la:

Nationalgymnasiummuseumsanatoriumandsuspespensoriumordinaryprivatdocentegeneralhistoryspecialprofessordoctor Kriegfried Ueberallgemein

Se bem entendo dessas coisas, parece-me que estamos falando de um indivíduo humano. E que nos diz a tradução de Antônio Houaiss na graficamente linda 13a. edição datada de 2003? Primeiro fala-nos a linda capa de Evelyn Grumach, que compartilha com João de Souza Leite o "projeto gráfico". São lindos o projeto e a capa. E também é interessante a decisão de não dar nomes aos bois, ou melhor, entramos direto no capítulo 1, com aquele "Sobranceiro, fornido" (daqui) e chegamos à última página precisamente com aquele Trieste-Zurique-Paris, 1914-1921. (Mudou com relação ao que vimos na postagem recém referenciada, que lá havia alguns detalhes). Aliás, aqui falta até um índice, ou seja, informar onde é que começa, digamos, o 12o. capítulo sem nome. Achei-o à p. 399, de um suposto capítulo 12 que começa à p. 378:

Nationalgymnasiummuseumsanatoriumandsuspespensoriumsordinaryprivatdocentgeneralhistoryspecialprofessordoctor Kriegfried Ueberallgemein

Resumo até agora: a tradução de Bernardina é cheia de notas e meandros, aparentemente seguindo comentadores os mais refinados. E as divisões em partes e capítulos são sabe-se lá o quê, pois devem seguir as diferentes versões em língua inglesa, com mais ou menos aquiescência do próprio James Joyce. Ainda assim, voltarei a comentar aspectos do trabalho/edição dela (comparando, talvez, com os dois marmanjos) em que me parece haver carência de explicações. Um comentador, milhões de comentadores, milhões de milhões de comentários possíveis.

Finalmente (e já não é sem tempo...), temos na tradução da editora Penguin, agora na p.

Nationalgymnasiummuseumsanatoriumundsuspespensoriumsordinaryprivatdocentegeneralhistoryspecialprofessordoctor Kriegfried Ueberallgemein

Disse-me o sr. Adalberto de Avila: è vero? Haverá erros de transcrição daquele quilométrico título?

DdAB
Achei que a imagem daqui não destoa dali.

23 dezembro, 2013

Ulysses, Agora em Alemão

Querido diário:

Lendo atentamente a p. 362 da tradução de Bernardina da Silveira Pinheiro, fiquei a indagar-me se este negócio estava lá no original assim mesmo:

Nationalgymnasiummuseumsanatoriumandsuspespensoriumordinaryprivatdocentegeneralhistoryspecialprofessordoctor Kriegfried Ueberallgemein

E, se estava, preciso saber se aquele "and" perfeitamente visível lá pelo quilômetro 123 daquela palavra era mesmo "and", "und" ou mesmo "metilfenilamina".

DdAB

Pedi ao Google Images alguma coisa com aquele simples Nationalgymnasiummuseumsanatoriumandsuspespensoriumordinaryprivatdocentegeneralhistoryspecialprofessordoctor. Nada veio. Então pedi National e o resto. Nada veio. Parti novamente com  gymnasium,  museum, sanatorium, etc. E a primeira imagem que pintou foi a que selecionei daqui. Era o Yoyogi National Stadium, que é como se diz -presumo- em japonês aquela encrenca do herr professor doctor Ueberallgemein.

21 dezembro, 2013

Mario Giacomelli Colorido na Costa do Rio Uruguay

Querido diário:

Se uma enorme surpresa foi encontrar a maravilhosa foto de uma natureza morta em plena costa do rio Uruguay, mais surpresa ainda antecedeu o achado. Achada na internet, no endereço que já nos cedeu aquela d'"Il Bambino di Scanno", agora vemos esta espetacular foto colorida de Mario Giacomelli. Quem disse que grandes fotógrafos abominam a cor?

Para visitar a galeria de Mario Giacomelli, clique aqui.

Tem muito fotógrafo laureado com fotos coloridas, mas as melhores são poucas... Aqui (na última, quinta, foto) há um exemplo em que se retratam, em carne e osso, atores locais...

DdAB

18 dezembro, 2013

Corujão: clientes onívoros


Querido diário:

Um capítulo importantíssimo da história da humanidade acaba de encerrar-se para mim, dias atrás, quando me dei conta da razão que levou o "Bar e Restaurante Corujão", da Rua Salgado Filho, de Porto Alegre, nos anos 1960 e até mais. Ou melhor, dei-me conta de que criara uma hipótese muito interessante sobre as razões que levaram os idealizadores do projeto a chamá-lo de "Corujão".

É que o bar-restaurante, além daquele chopp que era declarado com o melhor da cidade -entre tantos outros -, também servia seus petiscos (tira-gostos) que incluam carne de rã, rã frita. Muita gente, por achar a iniciativa um tanto nauseabunda, não as ingeria. Confesso que, atraído pela novidade, atraído pela ideia de romper com preconceitos alimentares, atraído pela noção de cadeia alimentar (avant la lettre), mandei ver os crocantes bichinhos mais de uma vez.

O bar decaiu, chegou a virar local de encontros econômicos (mercado de entrevistas íntimas, por assim dizer), passou por alguns tropeços que não me preenchem a memória contemporaneamente.

De minha parte, não sei se acho o nome "Corujão" para um local que permite aos bípedes pensantes muito bem achado. Até dá vontade de engajar-me nas práticas vegetarianas, o que - parece - estou deixando para nova reencarnação, se a ela credenciar-me. Hehehe.

DdAB
A imagem veio-me daqui.
P.S.: parece que sou forçado a tirar férias natalinas, voltando antes do final do ano.

17 dezembro, 2013

Minha Foto Mais Marcante


Querido diário:

Naturalmente a foto mais marcante na vida de um economista não necessariamente é aquela que ele reputa de "a melhor foto", nem, menos ainda, talvez, a melhor foto já sacada por um bípede pensante. A que mais me marcou serviu inclusive para mostrar-me aquilo que levou Roland Barthes lá naquele livro "A Câmera Clara" a falar em studium e punctum. O studium, se bem lembro, é a visão geral que te impacta como um encontrão. De sua parte, o punctum é algo que te fere como uma flecha. Na foto que Mario Giacomelli tirou em 1957 e chamou de "Il Bambino di Scanno", meu studium é a enorme harmonia provocada pelo menino que se encontra no centro geométrico de tudo, sua retaguarda (dois padres) e sua vanguarda (duas beatas).

Meu punctum, aquilo que me leva a pensar em tudo, vida e sociedade, tecnologia e miséria, beleza e barriga dágua, não é mais do que o equilíbrio do menino: ele está anda com as mãos nos bolsos, encontrando-se em plena passada, com o pé direito na terra e o pé esquerdo no ar.

DdAB
A imagem veio daqui. Seu tamanho original é de 55,0 x 39,9 cm^2.

14 dezembro, 2013

Acelerar na Curva

Querido diário:

Hoje mesmo ouvi alguém dando um conselho para um proto-infante: aprender a acelerar na curva. Claro que, na devida idade, estaremos falando de naves espaciais e, talvez nelas, estas precauções mostrem-se um tanto desnecessárias, uma vez que a ação gravitacional de astros e mesmo naves próximos/as não sejam tão decisivos quanto um bom automóvel V-8 de Fórmula 1 daqueles tempos, 1938, se me não engano.

Mas, mais mundanos, se falarmos naqueles carros terráqueos, um conselho como este "Acelerar na curva!" tem muito de enganador, pois não estamos falando em entrar na curva acelerando, o que -dada a tecnologia vigente naqueles tempos- representava o primeiro passo para a compra de um esquife. De qualquer modo, os tempos antigos viam certamente no sangue dos vencedores a capacidade de escolher milimetricamente o ponto da curva em que se pode voltar a acelerar com ganas de acabar com a farra dos competidores.

DdAB
Imagem daqui.

12 dezembro, 2013

Desindustrialização e a denúncia da deseducação


Querido diário:
Ontem nem postei propaganda do seminário que apresentei no PPGE/UFRGS. Se nosso olho é agudo o suficiente, ele alcançará os dizeres de seu site, bem como meu título: "Desendustrialização denuncia Deseducação", tema que venho tratando por este planeta há um bom tempo. O seminário agora resulta no passado e foi muito bom: uma audiência atenta, questões embaraçosas e elogios constrangedores ao conteúdo e a minha própria pessoa. Que fazer? Às vezes a bebida não é para aliviar os males da política, mas para comemorar os bens da vida vivida.

Nem falarei mais detalhadamente sobre os conteúdos nem as questões que me foram endereçadas. O que posso afiançar é que, se minha carga horária de aulas tivesse sido de duas horas de aula por ano (como foi neste 2013, se não me engano), lá estaria eu, convivendo mais com os colegas e, principalmente, os jovens. Sempre digo que aluno não envelhece. Hoje novamente notei a sapiência deste postulado. Meus colegas presentes, claro, envelheceram, mas os alunos permanecem mediando os 20 anos.

Mas um ponto pareceu relevante: alguém falou que educação pode não ser tão importante como variável estratégica. Pensei no que já andei comentando ter ouvido na rádio BBC em meus tempos de chegada a Oxford, vale dizer, início de 1989: a educação te permite descobrir teus objetivos na vida e a ter energia para lutar por eles. Segue-se que a deseducação é bem o que vemos no Brasil: um bando de escabelados roubando por meio da política.

DdAB

11 dezembro, 2013

Caso de Polícia de 11.12.13 :: mais bagatelas


Querido diário:

Investindo-me de pacienciosa paciência, dei umas olhadas na Carta Capital de hoje, que recebi há dias, mas não pude olhar antes por razões pacíficas. Vi o editorial de Mino Carta e a seção "A Semana", com a distinta data de 11.12.13.

Disse Mino Carta às linhas tantas da p. 22:

Na Itália, sublinho, José Genoíno seria um herói celebrado por ter lutado contra a ditadura civil-militar, assim como o foram os partigiani da Resistenza nos derradeiros anos da ditadura fascista. [Itálicos no original].

Eu fiquei pensando: será que heróis celebrados por luta contra ditaduras não pecam? não prevaricam? não são condenados? não vão para a cadeia? "Cada um diz o que quer", concluí.

Em compensação, na p. 26 lê-se:

Dirceu, por sua vez, desistiu do cargo de gerência em um hotel de Brasília, emprego que lhe renderia o direito de sair do presídio durante o dia e a bagatela de 20 mil reais mensais para alguém com seu currículo.

Desta vez, antes de pensar (sou sabido...), fui ao dicionário: bagatela, em dois verbetes, é "ninharia, coisa sem préstimo, valor ou significância". E aí reli a frase: "alguém com seu currículo", cá entre nós, não poderia pegar o emprego de diretor administrativo de um hotel, não é mesmo? Será que eu conseguiria, nessa função, desempenhá-la, convidando governadores e ministros para lá se hospedar? "Bagatela", 20 mil? Será que eu seguiria cumprimentando os amigos do bairro, sorridente e solícito, se ganhasse estes estipêndios realmente nababescos? Será que ainda irei parar no presídio? Será que será? E aí parei, antes que me joguem numa prisão política.

DdAB

Imagem: peguei-a do site do Bistrot Bagatelle de Sampa.

09 dezembro, 2013

Hai kai n. 40

Querido diário:

A p. 46 do livro da L&PM deixa-se ler como:

MILLÔR

O CÉTICO SÁBIO
SORRI
SÓ COM UM LÁBIO

E o Planeta 23 trova com:

Só com um lábio
Apontou o milionário
o devedor atrabiliário.

DdAB
Imagem é daqui. E não pude evitar pensar nos eventos do futebol de ontem em Joinville, ou o que o valha. Tem muito atrabiliário em todos os cantos. Eu mesmo vivo enfurecendo-me contra os políticos.

06 dezembro, 2013

Mensalão: o lado bom

Querido diário:

Um troço legal desta encrenca do "Mensalão" é que escancarou-se escabeladamente a inoperância do poder judiciário brasileiro. Tem gente que diz o contrário, impelida por uma visão excessivamente otimista (wishful thinking) das coisas brasileiras. O processo levou quase 10 anos para chegar a um desfecho, aliás nem chegou a desfecho, pois a comédia segue em vários foros (sem trocadilho).

Morosidade, leniência. Nada tenho a ver com leniência (nem mesmo chego a ser leninsta, cabendo-me -no máximo- o epíteto de lennonista, dado meu amor pelos chamados "rapazes de Liverpool"). Mas veja só: eu mesmo tenho umas cinco ou seis questões engavetadas em diferentes instâncias da vida judiciária. É para bater com as 10, e ainda pedir um copo de café preto com cachaça. A solução, já sabemos, é fazer um convênio com a empresa júnior de alguma faculdade de direito finlandesa que se encarregaria de administrar (prever, planejar, organizar, coordenar, comandar, controlar) a justiça no Brasil.

Por que filosofo? Este infindável descalabro dos preços do "Mensalão": receberam os mais altos dignitários do país em seu xilindró: deputados, senadores, ex-presidente da república e o governador de Brasília. Depois veio a farsa do emprego de José Dirceu, a aposentadoria de José Genoíno, a fuga de um trânsfuga cujo nome agora (sem trocadilho) me foge.

Com esta encrenca das prisões lotadas e antecâmaras do inferno para a classe baixa, inventou-se o "regime semiaberto", uma ideia que fracassou rotunda, completa e estrondosamente, mas que agora serve às mil maravilhas também para a classe alta, políticos de escol. Faltam, porém, milhares de réprobos. Regime fechado para todos, mais dinheiro nas cadeias, mais empregos de guardas, dentistas, lavadeiras e cozinheiras nos presídios. Mais eficiência da justiça! Mais cachaça com café, só que desta vez sem o café, meu!

DdAB
Imagem: aqui.

04 dezembro, 2013

Hai Kai n. 39

Querido diário:

Disse-nos o proverbial hai-kai composto por

MILLÔR
PROBLEMINHAS TERRENOS:
QUEM VIVE MAIS
MORRE MENOS?

De sua parte, o Planeta 23 trovou:

Planeta 23:

Morre menos
Quem bem segue
Os jovens galenos.

DdAB
P.S.: este terceiro verso de meu hai-kai apareceu-me com tanta espontaneidade que percebi não ser muito de meu vocabulário a palavra "galeno". O primeiro bom sinal foi que estes Google Letras não a sublinhou de vermelho. E o Aurelião confirmou: qualquer médico: então o "jovem" não é ocioso, pois talvez, se nos esquivarmos dos médicos cubanos ou os velhos brasileiros, teremos menos mortes em nossa existência. Vou parando aqui, pois o marcador Besteirol parece querer ativar-se.
Imagem: aqui.

03 dezembro, 2013

Congo: haveria milagre com o setor serviços?

Querido diário:

De acordo com meu banco de dados, o país de menor renda per capita do planeta é a República Democrática do Congo, com US$ 400 (PPP). A participação de seu setor serviços no PIB é de 33,1%, contrastando com os 79,7% da economia dos Estados Unidos. Caso o Congo também gastasse mais, digamos, em educação, saúde, água e saneamento, elevando seu terciário às mesmas proporções do americano, isto levaria sua renda per capita para US$ 1,318.2 (PPP), postando-lhe um aumento substantivo naquela renda per capita abaixo do nível de subsistência mesmo para o caso de um índice de Gini igual a zero.

Claro que há linkages na economia congolesa, não é mesmo? Não se produz água potável ou esgoto sem insumos, mas basicamente, no caso em que o governo force o centro de gravidade do gasto para, por exemplo, a educação, seu tíbio esforço estará semeando o futuro. O que me inquieta é que, por exemplo, se houvesse um imposto de Tobin (sobre finanças internacionais), aportando US$ a cada congolês, fazendo-lhe verdadeiramente este dinheirinho chegar-lhes às mãos, haveria uma mudança tão espantosa que nem poderíamos acreditar!

DdAB
Imagem: aqui, população confere com estes estonteantes 75 milhões. E fiquei a indagar-me de que bacano é a foto daquele 1355 da, adivinho, Societé Nationale des Chemins de Fer, un nom belgique, se bem julgo.

01 dezembro, 2013

Hai Kai n. 38

Querido diário:

MILLÔR:

A CIDADE DURA
NÃO FAZ HOMENS
A SUA ALTURA

Planeta 23:

A sua altura
Não superava
A formosura.

DdAB
Imagem daqui.