21 setembro, 2013

Um Ponto que Abarca todos os Demais Pontos...



Querido diário:
Inesquecível para mim é aquela frase lá do 'Aleph', de Jorge Luis Borges: um ponto que abarca todos os demais pontos, inclusive a si mesmo. Claro que não posso afirmar que ele tratava da faísca que provocou o Big Bang. O fato é que a tecla 'f', que acabei de pressionar, para escrever 'fato', a tecla 'a', etc., todas estiveram ocupando aquele mesmo espaço. Todos os teclados do mundo, todas as gravatas, os hidroaviões, tudo, tudinho, todos os mares, todos os mundos.

Esta será talvez a maior lição antídota do 'monismo' político. Explico-me: acabo de inventar o termo 'monismo político', a fim de que eu mesmo possa livrar-me daquela "mania que as pessoas têm" de achar que com apenas uma iniciativa singular, tudo pode resolver-se no sistema político brasileiro. Meu monismo, volta e meia, é pensar que a reforma radical do poder judiciário pode desencadear todas as demais outras. E, pensando melhor, dou-me conta de que isto não tem nada a ver. Não é apenas isto: lei do orçamento, fiscalização das mentiras dos políticos. Tem muito mais, tem que ser simultâneo. Nem sei hierarquizar, tento, tento, volta e meia, tento e tento. Vou listar agora apenas algumas sem pretensão lexicográfica:

.a. reforma política: voto facultativo, parlamentarismo (legislativo pode trocar de primeiro ministro, primeiro ministro pode dissolver o legislativo, convocando novas eleições), voto distrital puro, lei do orçamento, fiscalização do novo poder judiciário sobre as mentiras partidárias e individuais. Não conheço o suficiente para falar daquelas coisas de voto em lista, voto em sei lá o quê.

.b. reforma tributária: cobrar impostos indiretos apenas sobre bens de demérito e apenas eles; cobrar imposto de renda baixo e proporcional sobre o lucro retido pelas empresas e progressivo sobre todos os rendimentos (inclusive a remuneração dos empregados, o excedente operacional e, obviamente, os proventos da aposentadoria).

Ok: parece que substituí o monismo pelo dualismo (mais a reforma judiciária)! Mas também devemos considerar um alerta que me foi dado numa entrevista de um cientista político há tempos: será impossível fazer toda a reforma de uma única vez.

DdAB
Postado em Sumpolo. Ainda lanço a campanha: Eu moraria aqui.

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