17 setembro, 2013

Salvando o Brasil

Querido diário:
Comprei naquele sebo Só Ler o livro

SERAPIÃO JR., Carlos (2005) Dinheiro rápido; um romance de negócios. São Paulo: RG.

A referência que faço tem a forma acadêmica, mas o livro é mesmo um romance. Não sei se foi bem o que disse Ênio na contracapa do livro que me atraiu:

E contravenção é crime no Brasil? Vamos ser realistas! Todo mundo aqui opera, ao menos parcialmente, à margem da lei.

Na segunda orelha, diz-se alguma coisa sobre o autor: "[d]iplomata de carreira licenciado e consultor empresarial em São Paulo. Nasceu no Rio de Janeiro em 1965 e, sendo consultor em São Paulo, teve o mesmo destino que o personagem Ênio, que era consultor. Era e é? Ênio será eterno, eternizado nas páginas daquelas aventuras da busca do dinheiro rápido?

Pois bem. Ênio apresentou um seminário num encontro de negócios:

E concluiu: 'Tão importante quanto a negociação da Alca é a agenda interna de desenvolvimento, de incremento da competitividade das empresas, como condição básica para sua internacionalização sustentada. Isto inclui redução da carga tributária, dos juros e da burocracia, modernização da legislação trabalhista, um judiciário mais eficiente e investimentos em infra-estrutura, em ciência e tecnologia e em educação. Sem levar a sério essa agenda, vamos viver jogando na retranca, buscando defender nosso quintal improdutivo com barreiras comerciais, mas, como reza a sabedoria do futebol, vamos viver levando gol.

Eu pensei: paguei barato por esta síntese maravilhosa sobre o que deve ser feito no Brasil. Claro que a ordem em que ele apresentou os problemas não é lexicográfica, e talvez esta nem exista. Mas eu posso tentar ordenar sua lista. Quem me acompanha já sabe que minha prioridade absoluta seria pela modernização do sistema judiciário, cuja me parece a chave de todos os males brasileiros, inclusive a escandalosa carência educacional de, pelo menos, 50 milhões de pessoas e talvez até mesmo de 180 milhões!

Dependendo da "modernização da legislação trabalhista" já nem sou a favor. Mas é certo que, o 'anti-dependendo' tem tudo a ver comigo: redução da jornada de trabalho para 15 horas semanais, obrigando-se todos os brasileiros a despenderem ainda mais três horas estudando e mais três horas, fazendo atividade física (inclusive teatrais e musicais). You may say i'm a dreamer, but i'm not the only one. Pois bem: estes 'I' minúsculos são do original do disco Imagine (Wikipedia), se bem lembro.

DdAB
P.S. e aquele "paguei barato" não é tanto para dizer que me incluo no lado daquela pilha de brasileiros sem educação, mas -ao contrário- para dizer que estudei (naquele tempo...) que adjetivos, como bom, bonito e barato não modificam verbos. Quem muda verbo é advérbio. Claro que isto mudou e, no português brasileiro, ainda vão criar uma regra metendo esta mudança bromatológica (ou o que seja).

P.S.S.: por fim, não disse nem que recomendo nem que desrecomendo nem que sou indiferente entre que meus leitores leiam ou não leiam. Ou melhor, que leiam ou não leiam o que fiquem indeciso com o romance de que estamos falando.

P.S.S.S.: são 18h47min de 21/set/2013: há pouco fui mostrar esta postagem a um amigo paulista e dei-me conta de que não fui eu que escrevi: "modernização do sistema judiciário, cuja me parece a chave". Neste caso, quem o terá feito? Parece que eu queria ter dito algo como ', cuja implementação', não é?

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