07 setembro, 2013

Por que Estudar a Teoria do Valor (de Marx)?

Querido diário:

Volta e meia falo ter encontrado pérolas em papeizinhos. Sempre é verdade, claro, mas o que vou transcrever agora é mais verdade do que todas as verdades conhecidas desde que o homem descobriu (num papelzinho) a letra 'h', o que lhe permitiu escrever o próprio nome. Por exemplo, Haroldo, Heitor, Hiram, Homero e Hugo.

Mas não foi para isto que comecei esta postagem... O que a orienta é, talvez, a reflexão que fiz ao ler, há muitos anos, o livro de Paul Marlor Sweezy (aqui) intitulado "Teoria do Desenvolvimento Capitalista", publicado no Brasil pela Editora Zahar. Com uma tradução às vezes de doer, ainda que em nenhum momento eu tenha lido que a classe trabalhadora explora a classe capitalista. Mesmo assim...

Pois bem, evado-me novamente. É sábado, amanhã é domingo. Volto ao tema:

A função da lei do valor é explicar como isso ocorre e qual o resultado.

Isso? Pois bem, a frase de Sweezy não faria sentido se não soubéssemos que "isso" quer dizer, creio que em minhas palavras, mas não garanto nada:

Isso: uma das principais funções da lei do valor é tornar claro que, numa sociedade produtora de mercadorias, apesar da ausência de uma autoridade que tome decisões centralizadas e coordenadas, há ordem e não caos.

E tem mais:

.a. a teoria da escolha racional não deixaria por menos

.b. o Meghnad Desai (aqui) disse algo mais direto: para desvendarmos o fetichismo das mercadorias, ou seja, para entendermos que o que viabiliza a troca de uma mercadoria por outra não é o "valor" da mercadoria, mas a quantidade de trabalho despendida na produção de cada uma delas. Sigo: quando trocamos, digamos, um cajado por dois coelhos, o que está na verdade sendo trocado são as horas de trabalho social médio despendidas na produção do cajado por aquelas horas gastas na produção (caça?) de dois coelhos.

Ou seja, para entendermos que a verdade verdadeiramente verídica é que as trocas têm como equivalente as horas de trabalho necessárias para produzir as mercadorias trocadas. Mas entendemos que compramos ou vendemos mercadorias por dinheiro. O dinheiro é o fetiche que oculta, precisamente, a relação entre pessoas. O que fica na superfície é a relação entre coisas: como o potinho de açúcar de Robinson Crusoé relaciona-se com sua camisa.

DdAB
Esta imagem veio daqui. E cheguei a ela ao seguir uma dica que me foi dada por Adalberto Alves Maia Neto. E, já que estamos falando em Robinson Crusoé, Sexta-feira, Karl Marx, não podemos deixar de referir que Adalberto Alves Maia Neto e eu myself traduzimos o artigo de Stephen Hymer:
https://drive.google.com/file/d/0Bw_-ONgRpg6GTWk1OUtqNlNpWjQ/view?ths=tru

HYMER, Stephen Robinson Crusoé e o Segredo da Acumulação Primitiva. Literatura Econômica (Rio de Janeiro). V.5 n.5, set./out. p. 551-585, 1983. (Aqui)

E temos esta postagem de Fernando Nogueira da Costa aqui falando no assunto e citando tudo, tudinho. E tem um resumo feito por terceiros (independentemente) para este Monde Diplomatique brésilien.

Tudo tudinho? Ainda existe nosso artiguinho:

BÊRNI, Duilio de Avila e MAIA NETO, Adalberto Alves (1983) O Robinson de Hymer: algumas considerações. Literatura Econômica (Rio de Janeiro). V.5 n.5, p.541-550, 1983. (Aqui)

Finalmente: fiz reparos aqui e ali às 22h34min de 26/out/2013 (HBV). E outros às 22h14min de 27/set/2014.

E, aos 8/ago/2016 inseri o link para a tradução que Adalberto e eu fizemos:
https://drive.google.com/file/d/0Bw_-ONgRpg6GTWk1OUtqNlNpWjQ/view?ths=tru

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