15 setembro, 2013

Os Pedágios e o Governo

Querido diário:
De tanto forçar a cabeça, tive uma ideia para salvar o Brasil e o resto do planeta. Já faz algum tempo que revelei-o para os leitores do Planeta 23. O mercado falha, a comunidade falha e o governo falha. A harmonia do século XXI, em particular, ocorrerá naqueles países (e, em breve, o governo mundial) em que houver harmonia entre estas esferas da vida societária.

Isto que acabo de escrever não é, na verdade, a ideia de que falo. Esta diz respeito ao papel do governo, enquanto este ainda existir, enquanto não for substituído pela administração das coisas. Seu papel deve ser (ought to be) o de prover bens públicos (também podem ser providos pela comunidade e até pelo mercado) e bens de mérito (também com provisão maiúscula do mercado, enquanto este existir, o que parece garantido até o final do século XXI, pelo menos).

Parece-me óbvio que um bem de mérito inequívoco (depois de atendidas a algumas outras necessidades ainda mais básicas do que o transporte de gentes, bichos e -ainda mais sagrado- mercadorias) é -tá na cara- o transporte de gente, bicho, etc.

E por que escrevo isto? Pois diz o caderno Dinheiro de Zero Hora em sua p.2 que foi anunciado um leilão para "pedagiar" a estrada que liga Belo Horizonte a Vitória e não houve empresas interessadas. Diz o jornal que alguém disse que uma razão é que os pedágios a serem contratualizados seriam muito altos. Isto bota meu modelo de salvação nacional no pelourinho? Claro que não, pois o governo deveria munir-se de precauções, com os órgãos de fiscalização sendo capacitado a entrar na parada e construir a estrada, digamos, mobilizando funcionários públicos. E que seriam, a meu ver, se virmos a margem deste blog, integrantes do Serviço Municipal. Se faltar gente, se faltar estrutura para o estado, a solução é pedir integração à Organização dos Povos Unidos. Se esta falhar, a única solução será migrar para outro planeta também portador de g = 9,8 m/s^2.

DdAB
Parece que este finalzinho descamba para a galhofa. Mas também falei em algo sagrado: mercadorias. Inspirei-me em uma piadinha de uma revistinha Asterix que li há tempos: os fenícios ameaçados de ataque de piratas. E, como sabemos, no capitalismo, tudo vira mercadoria, até a honra. Desagrada-me falar na honra dos políticos, mas parece óbvio que a minha ainda não virou. Talvez nunca o faça.

Imagem: aqui (site simpaticíssimo). Sem falar que deveria fazer era mesmo uma estrada de ferro!

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