17 dezembro, 2011

EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO ECONÔMICA


senhor blog:
Na segunda metade do século XX, o mundo fez-se consciente da existência do subdesenvolvimento. Na América Latina, o clamor pela industrialização induzida pelo capital público tornou-se uma religião. Em outras palavras, achava-se que a “política industrial” poderia trazer “renda e emprego”, o que resolveria todos os problemas da vida societária. O Brasil passou do diagnóstico à recomendação, fazendo um esforço industrializante, ainda que com um PIB gerado no setor serviços já maior do que a soma dos produtos agrícola e industrial.  Ainda assim, a vitória do desenvolvimentismo foi marcante, tendo investimentos e mecanismos creditícios chancelados pelo governo.

Uma vez que, na época, os recursos não eram menos escassos, sacrificou-se, por exemplo, uma rede de distribuição serviços de educação e saúde, que geram capital humano e talvez desenvolvam a indústria do mobiliário ou a dos instrumentos de precisão. Este tipo intangível de “capital” é made in Brazil, não sendo normalmente exportado em forma direta, mas na forma de produtos tecnologicamente mais avançados como os automóveis e a soja tropical. O festejado investimento estrangeiro serviu para dinamizar setores da economia brasileira, inclusive a chamada elite operária de São Paulo. A soja tropical dinamizou mais ainda a conquista do oeste brasileiro, ainda que ambos os processos tenham ceifado vidas.

O desenvolvimento do capital humano ajudaria a reduzir ambos os morticínios. Mas não é apenas isto: empregos de professores e cuidadores, médicos e enfermeiros contribuem para o PIB dos serviços e para a demanda que estes podem exercer sobre os setores agrícola e industrial. Sua contribuição mais importante é para a formação do capital humano, que pode gerar um trânsito mais desenvolvido e um tratamento ambiental do mesmo porte. No sábado passado, Rosane de Oliveira comentou a iniciativa do Ministério da Saúde em direção à criação de centros comunitários em que serão oferecidos à população serviços de exercícios físicos. Caso a eles sejam acopladas ainda a campanhas de reeducação alimentar e de combate ao tabagismo, eleva-se o padrão sanitário nacional, ipso facto, deixando-o mais próximo ao da sociedade igualitária. Saúde para todos é mais igualdade, permitindo o funcionamento eficiente do mecanismo de mercado.

DdAB
imagem do interessante site abcz. parece o Bibines.

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