20 agosto, 2011

Necessidades Ilimitadas

querido blog:
quando a gente lê numa crônica "[...] a insaciável ambição humana.", como eu li na p.5 do Segundo Caderno da Zero Hora deste sábado, é legítimo entender que se está falando de alguma condenável condição humana? obviamente Nilson de Souza, o articulista, não falava nada disto. eu é que comecei a pensar na ética, no futuro, nas de mordomias que as gerações presentes desfrutam, se comparadas com as de nossos antepassados de um milhão de anos atrás.

vivemos bem, vivemos melhor do que eles. eles com o mal e nós com o bem. que falácia será esta de confundir "bem viver" com "viver para o bem"? será ético abandonarmos o planeta para o usufruto dos animais? será ético comermos todos os animais antes de um milhão de anos? será ético, insisto, nessa questão de abandono do planeta, ou -que não o seja- de levas migratórias para o elsewhere and beyond?ou seja, pensar no um milhão de anos daqui para frente?

há duas doutrinações sobre a cabeça do jovem economista. não é meu caso, já fui doutrinado singularmente e doutrinei tanta gente quanto pude sobre ela. os errados são os que dizem que as necessidades são criadas em um desagradável complô entre as classes dominantes, o império industrial e os rapazes das agências de publicidade. este é o desvão da esquerda incompetente (ou, o que é pior, da direita infiltrada, ou seja, diz que Marx disse cada descalabro que qualquer leitor de bem há de concluir que ele era um abobado).

as necessidades são ilimitadas, como sabem os rapazes a agência de publicidade e, mais que eles, os psicólogos e os cientistas sociais que capturam algo essencial da natureza humana: o hedonismo. este, traduzido na linguagem de Marx, poderia significar algo como "substituição do trabalho vivo por trabalho morto". jogar squash com os amigos é mais difícil do que com robôs. os amigos têm disponibilidade parcial, os robôs de minha propriedade são meus escravos. é ético ter robôs como escravos? não mais do que ter escovas de dentes e tesourinhas como escravas.
DdAB
p.s. imagem: daqui. eu, obviamente, tenho necessidade de possuir um robô destes, só que muito mais humanóide. parceiro no jogo de squash, despertador e enfermeiro nas horas das medicações compatíveis com a terceira idade, datilógrafo, manobrista, pedicure, e sabe-se lá que mais.

p.s.s.: durou pouco: o deputado Mendes Ribeiro, ministro da agricultura substituindo um ministro acusado de medonhas irregularidades, nomeou um vereador -ou o que seja- do RGS que estaria em acúmulo ilegal de cargos. demitiu-o? claro que não, era do PMDB, partido que, como sabemos..., pedindo-lhe apenas que opte por uma das posições, eis que em uma já embolsara R$ 150 mil. a notícia não diz o que será feito ao dinheiro. e eu não digo o que penso da política brasileira.

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