10 junho, 2011

A Facção Mística da Economia do Conhecimento...

querido diário:
a facção mística da economia do conhecimento torna-se boquiaberta quando reflete sobre as consequências da imortalidade da mente, alcançada sabe-se lá como. mas, se o for, o cabedal de conhecimentos tornar-se-á absolutamente estonteante. no conto "A última pergunta", Isaac Azimov faz este tipo de "viagem", levando gerações e gerações de humanos a se integrarem cada vez mais intimamente com os computadores. ou seja, incorporando o computador como órgão exossomático, órgão auxiliar da memória.

ora, o conhecimento, enquanto tal, faz parte do estoque de trabalho morto da humanidade: conheceu, pronto, está conhecido. se esquecer, pronto, está esquecido, mas se armazenar, pronto, pode ser recuperado, inclusive pelas gerações futuras. é o caso da "Poética", de Aristóteles, se é mesmo "Poética" e se é mesmo de "Aristóteles".

também já li num exemplar de "Somewhere" que "conhecer é a finalidade da vida". achei interessante, pois achava antes que a finalidade da vida é a busca da felicidade. ou outra legenda. mas pensar em trabalho morto (ou seja, a corporificação extracorpórea do trabalho vivo feito pelo ser humano) também me lembra o hedonismo, postura que não sabemos nem mesmo se nós própros adotamos, que dizer dos outros? mas, se podemos modelar o hedonismo, então teríamos uns paradoxos: o ser humano gosta de fazer mais esforço do que menos, ao praticar esportes, arte e sexo. e talvez ainda outras atividades.

talvez a inteligência artificial ajude a humanidade a poupar trabalho vivo também na busca do conhecimento, mas no outro dia postei algo imaginando que, no futuro, todos teremos que trabalhar -associados ao computador central- apenas uns 10 minutos em nosso curso de vida. curso este enormemente maior do que um ou dois milhões ou bilhões de anos... então: se o benefício é expandir infinitamente a finalidade da vida e, com ela, a própria vida, para usufruir de maiores estoques de conecimento, o custo é o esforço de conhecer, que pode ser crescentemente delegado às máquinas. tudo isto, mais implantação de genes de bonobos e está tudo resolvido. tudo cooperação, nada predação, nada de amigos da onça. maldade? nem de brincadeira! bullying? abaixo a ditadura. just like that!
DdAB
p.s.: com o título da postagem, sem aspas, capturei este Amigo da Onça, de Péricles, se o conhecimento não me falha, daqui. mas achei o seguinte: "Não há igualdade entre os homens, tampouco no reino animal, vegetal, ou até no mineral.", o que contraria algo que me parece óbvio: todos somos iguais perante a lei. e todos somos diferentes perante o médico. todos temos direito a tratamento médico, mas uns preferirão ter problemas renais, outros terão problemas cardíacos e os anti-equilibristas terão problemas otorrinolaringológicos.

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