28 janeiro, 2011

Sobre Morcegos, Rorty e Blá-blá-blá

querido blog:
na penúltima postagem, recebi comentários interessantes, cada um a seu modo. ontem, novamente, fui agraciado com outra visão absolutamente interessante, ainda que despida do jargão filosófico-sociológico que vemos na seguinte frase:

Rorty concebe o ideário democrático com um projeto contingente, em sua historicidade, mas talvez capaz de capturar a sensibilidade popular, em escala universal, se o descrevermos como uma construção, que não se funda em nossa natureza - como desejaria o dogmatismo autoritário etnocêntrico, de vezo colonialista -, mas deriva de nossa imaginação e audácia experimentalista, as quais não evocam a raiz de nenhuma fundação, mas o futuro, a utopia e a generosidade de um sonho comum.
ela, frase, é deLuiz Eduardo Soares, escrita na orelha de outro livro de Richard Rorty:

Objetivismo, relativismo e verdade; escritos filosóficos I. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

ou seja, 10 anos depois da tradução de Portugal do outro livro "A filosofia e o espelho da natureza" que revelei, no outro dia, estar lendo. pois volto a ele, aquele... relembro: ‘por influência de Eduardo Grijó, voltei a priorizar a leitura de Richard Rorty. no livro que referencio formalmente acima, vi -para minha alegre surpresa- várias páginas da Folha de São Paulo daquele ano (12/out/1997), sendo um dos autores precisamente este Luiz Eduardo Soares. ainda voltarei a comentar, pois já fiz referência a ele/s em outras postagens mais antigas.

por hoje, quero apenas brincar com alguma coisa carregada no título da presente postagem, reclamando de mim mesmo que tenho enormes dificuldades para começar a ler em áreas novas, áreas que culminam por aumentar meu poder de abstração e -obviamente- comunicação, receber comunicações de pensamentos de terceiros. este Rorty que estou lendo é difícil (talvez não mais do que entender bem entendidinho o que é o índice de desigualdade de Theil e o que ele tem a ver com o de Atkinson, e por aí vai). o Rorty do "Objetivismo" não me atraiu o suficiente para lê-lo todo. talvez agora o faça novamente. eu dizia ter lido lateralidades. agora decidi encarar "A filosofia e o espelho da natureza."
mas que encontro na p. 33 deste último, nota de rodapé 4?

Esta pretensão [a de que “as crianças, os morcegos, os Marcianos, Deus e as pedras vistas de um modo pampsíquico podem habitar ‘espaços qualitativos’ fenomenais, diferentes daqueles que habitamos.”] foi energicamente apresentada por Thomas Nagel, “What is it like to be a bat?, Philosophical Review. V.83 (1974, p.435-450. Aprendi muito com o trabalho de Nagel em filosofia da mente, embora discorde profundamente dele em quase todos os pontos. Penso que a nossa diferença de pontos de vista remonta à questão (levantada de modo mais agudo por Wittgenstein) de saber se as ‘intuições filosóficas’ são mais do que resíduos de práticas linguísticas, mas não estou certo de como debater este ponto. A intuição de Nagel é que “os fatos acerca do que é ser-se um X são muito peculiares” (p.437), enquanto que eu penso que eles apenas parecem peculiares se, seguindo Nagel e a tradição cartesiana, sustentarmos que “caso o fisicalismo deva ser defendido, deve estabelecer-se um cálculo físico dos próprios traços fenomenológicos” (p.437). [...].

eu juro que já li este artigo de Nagel, creio que reproduzido num livro editado por Douglas Hofsteider. e juro que se bem lembro do que lembro, não lembro de nada, não entendi nada. vou buscá-lo onde ele se encontra e talvez volte a comentar por aqui. a verdade verídica requer que respondamos a seguinte pergunta: o que queria mesmo eu, enquanto economista, com este tipo de leitura? já terei respondido por aqui mesmo. acho que, se tudo tivesse figurado de maneira ligeiramente diversa da como efetivamente desempenhou, eu poderia taer feito uma tese de doutorado sobre economia experimental. na franja entre psicologia econômica e teoria da escolha pública. mas não foi diferente, fiz insumo-produto e, pensando que era lazer, li pilhas sobre biologia evolucionária.
DdAB
p.s.: e olha este comentário que transcrevo da postagem de ontem. beleza? beleza!
Blogger Tania Giesta disse... Duilio:fico feliz em saber que REadquiriste o direito ao VOTO , isto é o exercicio pleno da CIDADANIA, e o que é ser CIDADÃO?
- numa perspectiva utópica, ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, `a igualdade, é votar e ser votado, ter participaçao na sociedade, ter direito à educação, ao trabalho, ao salario justo,à saude,a uma velhice tranquila.Ser cidadão varia no tempo e no espaço, ha diferenças em ser cidadão na Alemanha, nos Estados unidos ou no Brasilnão apenas pelas leis mas pelos direitos e deveres de cada nação.
28 de janeiro de 2011 08:31.
peésse ainda: http://www.1br.biz/s/papeis-de-parede/filmes/batman-begins-2064.html.

2 comentários:

Tania Giesta disse...

Duilio: senti-me lisonjeada por ver ,que, na postagem colocaste
minha citação sobre CIDADANIA.
Abraçoa

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

belezendes, Tânia. e eu estou felicíssimo em saber que há uma surpresa na gaveta durante todo o mês de fevereiro.
DdAB