03 dezembro, 2010

La Vie en Rose


querido blog:
dando continuidade a minha postagem de 31/ju/2010 (ver/clicar), o pessoal da NASA anunciou um poderoso indício em favor da confirmação da hipótese de que a vida resulta de um processo darwiniano de mutações pequenas e sucessivas resultante do mergulho de alguns elementos numa solução constituída por outros (elementos, claro, e não outros seres, sei lá. não quero falar sobre a origem do Universo Expandido, apenas da vida no Terceiro Planeta).

então voltei ao início e busquei no Google a expressão "que es la vida", que sabia caber a Calderón de la Barca. encontrei (e muito mais coisas no próprio site, claro, que não investiguei em detalhe):

La vida es sueño
¿Qué es la vida? Un frenesí.
¿Qué es la vida? Una ilusión,
una sombra, una ficción,
y el mayor bien es pequeño;
que toda la vida es sueño,
y los sueños, sueños son.

Mas, sea verdad o sueño,
obrar bien es lo que importa.
Si fuere verdad, por serlo;
si no, por ganar amigos
para cuando despertemos.

El traidor no es menester
siendo la traición pasada.

¿Qué os espanta,
si fue mi maestro un sueño,
y estoy temiendo, en mis ansias,
que he de despertar y hallarme
otra vez en mi cerrada
prisión? Y cuando no sea,
el soñarlo sólo basta;
pues así llegué a saber
que toda la dicha humana,
en fin, pasa como sueño.

Pues el delito mayor
Del hombre es haber nacido.
abcz

claro que o início da discussão sobre a confirmação de minhas hipóteses sobre a origem da vida requer (o que não fiz)  estabelecermos inequivocamente o conceito de vida. vida vidinha vidona. aquele troço que batizaram como GFAJ-1, que dizem ser uma bactéria (portanto, não é mineral nem animal, nem alga, fungo, líquen, briófita, pteridófita, gimnosperma ou angiosperma...), foge à cadeia que aprendi como sendo fundamental: CHON - carbono-hidrogênio-nitrogênio-oxigênio. desde que me graduei em Biologia, pelo  Prof. Layr Ceroni e pelo Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, já aumentou: CHONPhP, ou seja, foram acrescentados o fósforo e o potássio. claro que alguma coisa a mais do que me foi ensinada já se sabia naquele tempo, na fronteira da ciência, já se sabia de coisas sobre o DNA e muito mais. seja como for, entendo que hoje o leitor culto já deve saber que a cadeia básica não é mais CHON, mas CHONPhP, não é isto? pois agora surgiu nossa querida Gefaje dizendo-se portadora ade uma cadeia CHONAsP. ou seja, o fósforo foi trocado pelo arsênico.

claro que minhas investidas sobre aquele negócio de mergulhar metais pesados num meio líquido mais leve do que eles (em nosso caso, carbono, nitrogênio, fosfto e fósforo) e obter moléculas que se autorreproduzem não é ideia totalmente minha, mas veio das leituras que faço há 20 anos de Richard Dawkins (por influênica do colega oxfordiano Zé Roberto, que veio a revelar-se estudioso do comportamento de capivaras em Marajó). mas Dawkins disse mais: que, para termos chegado onde estamos, não bastaria apenas um início de vida, mas dois (eu ia dizendo 'pelo menos dois', mas não lembro se ele assim falou). mas ele falou, na verdade, de um nível ainda mais básico do que a própria CHON.

claro que também entendi que a bactéria que a negadinha pegou tinha a cadeia de sete elementos: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, potássio e arsênio. eles tiraram todo o fósforo e deixaram apenas o arsênio, aumemtando-lhe a concentração. quer dizer: não existe nenhuma forma de vida original conhecida com puramente esta nova cadeia de seis elementos (menos fósforo e mais arsênio). no laboratório, encontramos coisas esdrúxulas, fruto del cerebro humano, como diria Calderón de la Barca, se lesse meu blog e conversasse comigo a respeito desta parte anatômica tão pouco desenvolvida pelos filhos dos políticos... (você é filho de político? então não fuja da escola!).

claro que alguns estão dizendo que não tivemos um ancestral, mas dois. em certo sentido básico, acho que a Gefaje não diz nada disto. ela pode perfeitamente ser tão distante de nós humanos quanto um gorila de um de nossos ancestrais chimpanzés. e claro que a incorporação do arsênico ao sexteto pós-ceroniano e seu rebaixamento de hepteto a um novo sexteto, inclusive portando a toxicidade do arsênico, sei lá, das águas do lago americano. lá tem tudo. segundo Monteiro Lobato, deu petróleo bem ao lado do ferro! hoje em dia tem a própria Antoaneta Melnikova-Hillman (ver o link abaixo).

claro que, eu meu modo de ver, este achado e experimento de laboratório apenas apontam para a intuição básica de Darwin: a evolução é a lei fundamental que rege o funcionamento de todo o Universo Conhecido. há poucos dias, ouvi dizer que já se sabe de coisas que ocorreram antes do Big-Bang (algum fofoqueiro, por suposto...). volta Dawkins: os baby-universes do livro sobre a história da evolução. estamos em um universo que evoluiu de algum blim-blim-blim que por seu turno terá evoluído de outros blim-blim-blins que forçaram precisamente alguns desdobramentos que geraram precisamente o que testemunhamos e muito mais. 

claro que, por fim, começo a entender o que quer dizer "infinito". significa que talvez exista em algum canto do Universo o elixir da felicidade (de Assis Valente?, volto a tornar-me natalino?) e que nunca tenhamos acesso a ele. ou -por contraste- ele -elixir- está aqui mesmo, às margens do Rio Guaíba.

finale: a imagem de hoje é muito especial. achei-a simplesmente ao procurar, como quase sempre, o título da postagem. no caso, procurei "vida linda" e achei coisas que não me fascinaram. passei a "vida linda, que mais te faço minha", sei lá. tampouco. aí estalou-me Edit Piaf, La Vie en Rose. achei este/clicar. pessoa, indivíduo. cidadão, cara, bicho, gente! é um site absolutamente extraordinário. acabo de fazer o link para o blog:/clicar. clicou? leu? a Bulgária está definitivamente na moda!
DdAB

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