24 agosto, 2010

A Tragédia do PMDB do Rio Grande do Sul

querido blog:
na condição de observador das coisas de meu tempo (apenas uma fração ridiculamente pequena delas, to be true), acompanho o desenvolvimento dos partidos de esquerda no Brasil, especialmente os mantidos na legalidade pelos diferentes governos que também acompanho ridiculamente há, digamos, 50 anos. pois eu diria que aquela encrenca que hoje chamamos de PMDB seguiu-se a outra chamada MDB que se seguiu a mais duas, o PTB e o PSD, para não falar de milhares de outras siglas, de esquerda, direita, de cima, de baixo, de frente e de trás. a wikipedia portuguesa deu-me a ilustração (clique aqui) de Jano, um Jano retido pela Vaticano.

obviamente olhar para trás tem seus méritos, pois o passado detém a chave do futuro, ainda que não saibamos qual foi a fração do passado que determinou inequivocamente a presença de qual futuro. na verdade, como não existe verdade factual completamente verdadeira (sempre temos aproximações, como aprendi com todo o mundo, destacando Milton Friedman e o artigo sobre a metodologia positiva), nem sabemos bem o que é passado nem presente, mas podemos usar uma varinha de condão para levar-nos ao futuro que desejamos. wishful thinking.

mas o PMDB olha para trás de maneira equivocada, por exemplo, com sua liderança nas mãos de gente do porte de Eliseu Padilha e Pedro Simon. agora temos o filho do jornalista Mendes Ribeiro dirigindo a campanha de José Fogaça para governador. eu achava que o Rio Grande do Sul estava farto do PT, mas aparentemente há tantos equívocos neste negócio do PMDB enfurnar-se na buraqueira que a vitória eleitoral pode caber mesmo a Tarso Genro, o personalíssimo advogado que condenou a UFRGS milhares de vezes.

não gosto deles, claro, já gostei, claro. Simon, ouviram-me dizer, emocionar-me com qualquer discursinho. mas depois comecei a pensar: e daí? e a resposta veio célere: e daí, nada. outros também chegaram a emocionar-me. claro que não falo de Collor, essas "porqueiras" (como diria Gaúcho da Fronteira, se é que ele não é candidato pelo partido "errado", pelo que entendi está no PTB, o novo PTB que pouco ou nada tem a ver com o PTB que pareei com o PSB acima).

sobre Fogaça falei no outro dia: um vacilão. mas ele sabe o que lhe convém, embora talvez o que lhe convém e seus requebros para alcançá-lo possam derrreá-lo no segundo turno das eleições. felizmente temos eleições em dois turnos, coisa que volta-e-meia esqueço de arrolar em meu ideário. pois agora as coisas tornaram-se ainda mais ridículas. como sabemos, a chapa Serra-Dilma tem, no PT, a representação amostral dada por Dilma-Temer (Michel, do PMDB de Sampa). pois Temer foi convidado a visitar o Rio Grande do Sul, pois -afinal- é candidato, não é? e já prometeu quintuplicar a bolsa família e dar dinheiro para famílias que têm mais de 25 filhos.

seja como for, os prefeitos do PMDB do Rio Grande do Sul apoiam Dilma, os deputados apoiam Serra, Fogaça não apoia ninguém, pois alega que todos são bons, honestos, competentes e que não será ele que irá ensinar padres a rezarem missa, ou faqueiros a apunhalarem ou ainda ajoelhados a rezarem. inclusive ele próprio já andou trocando de partido aqui e ali. resumo: a contradição entre os restos combativos do PMDB gaúcho e seu arrivismo, de um lado, e, de outro lado, os frangalhos arrivistas do PMDB nacional e sua combatividade por cargos deve ser resolvida com a evasão em massa daquele ninho de oportunismo.

política no Brasil? etc., mas acrescento: quem foi que mandou mesmo que para representar o povo em qualquer lugar deve estar inscrito em partido? vamos mudar este troço?
DdAB

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