02 junho, 2009

Mercados pré-colombianos e Henrique Meirelles

Querido Diário:
Olha bem esta gravura que baixei do jeito que melhor posso.
Retirei-a de:
http://www.planetaeducacao.com.br/novo/imagens/artigos/historia/AHistoriadoMilho03.jpg.

Quero ilustrar uma postagem relativamente longa em que desejo deixar claro:
.a. há gente, como o cronista Nouriel Roubini, aquerenciado com a revista Carta Capital, ela própria uma pobre de espírito, que é pobre de espírito e ganha dinheiro com isto, tornando-se rico de matéria...
.b. há gente, como o presidente do Banco Central do Brasil, o Mr. Henrique Meirelles que, a meu ver, serve o FMI servindo o Brasil. e tem a mesma frieza que seu grande ídolo Alan Greenspan, cuja leitura da biografia deveria ser obrigatória para os sindicalistas brasileiros, todos -sem exceção- agatunados!

Vamos a Roubini. Tenho dito que ele é um catastrofista, que achou que o PIB americano e mundial iriam cair em 1.000% (como sugeriu Marx ou Engels, tirando farinha com o Citizen Weston, ou sei lá com quem). Na p. 63 da Carta Capital de 3/jun/2009, Roubini, que foi festejadíssimo por estes dias in Brazil, diz

"Embora haja alguma melhora, ou seja, o ritmo de contração foi reduzido, os indicadores também sugerem que o mundo permanece imerso em uma recessão séria, profunda e prolongada, no formato de U. Em que pese o fato de a perspectiva global para os setores industrial e de serviços ainda ser consistente com uma queda significativa do PIB, o ritmo da contração começou a perder o fôlego no fim do primeiro trimestre mesmo na Europa e no Japão, que estão atrasados em relação ao Estadus Unidos e à China."

Como não domino amplamente a língua portuguesa, não estou seguro de que quem esteja falando seja mesmo Roubini ou, já que estamos no mesmo parágrafo, "muitos analistas". O "embora" que transcrevi, e daí por diante, parecem -digamos- de otimismo contido. Eu diria "otimismo contrafeito". Ele jurou que tudo iria cair 1.000%. Se não cair, ele está numa roubada, ou vai dizer que os "muitos analistas" estavam enganados e ele revisou suas estimativas antes deles.

Que disse eu, leitor de Zero Hora e Carta Capital e ouvinte atento de conversações mantidas nos ônibus que gravitam em torno de alguns centros metropolitamos, ou não é bem isto... Terei dito que o caos não virá, que nunca mais teremos quedas como a de 1929. Que situações isoladas de quedas estúpidas, como a argentina de uns cinco anos atrás tinham a ver muito mais com a guerra civil civilizada (que jogou milhares de neguinhos irrecuperavelmente na rua, id est, nas ruas de Buenos Aires) do que com o prenúncio da quebra mundial que, digamos, Roubini já estaria prevendo.

Todos previam a queda, todos previam que o pior sobreviria. Todos sabiam, exceto os piores cegos, que tudo iria e viria. E que tudo voltaria ao normal. Todos sabemos do descolamento praticamente absoluto entre os mercados reais e monetários e os de ativos. Dizque, agora, a Bolsa de Valores de Sampa já ganhou 40% este ano. E o PIB do Brasil terá alguma queda. Descolaram-se os preços dos ativos tangíveis, ou seja, a quantidade monetária do capital físico das empresas e o valor das ações. Por exemplo, uma fábrica da coca-cola deve ser avaliada pelos tijolos, filtros de água, depósitos de corantes, e por aí vai. As ações da coca-cola devem considerar os xaropes, os bebedouros dos motoristas, sei lá, e, claro, a marca mundial. Se a marca cai em desuso, o que acontece com o bebedouro? Segue pingando o mesmo fluxo de água. Nada muda, mas muda o valor das ações. Um troço destes.

E o Dr. Meirelles? Altaneiro, posou, na coluna social de ZH, ao lado da também promissora economista, a Ms Yeda Roratto Crusius, governadora do Rio Grande do Sul. Só mesmo acabando com os estados, como queremos nós, os sabidíssimos.

Na p.28, temos:
02 de junho de 2009 | N° 15988AlertaVoltar para a edição de hoje
MERCADO: Crescimento do Brasil será robusto em 2010, diz Meirelles
Em visita à Capital, presidente do BC alertou para o excesso de euforia.

Nos dois eventos públicos dos quais participou ontem em Porto Alegre, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, transmitiu uma mensagem otimista sobre a trajetória da economia brasileira nos próximos meses. Mas alertou para os riscos da euforia que acredita estar dominando o mercado de ações.

Na Federasul, onde fez palestra para empresários, durante almoço, Meirelles contou uma história bem-humorada sobre as reações às declarações cautelosas que vem fazendo sobre a valorização da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), com mais de 40% de alta acumulada no ano:

– Esses dias, um jornalista me disse estranhar muito que, no auge da crise, eu dizia que estava tudo bem, que não havia razões para pânico. Agora, que a bolsa está em alta e que o dólar cai, fico recomendando cuidado com os excessos. Mas essa é a função do presidente do BC: acautelar a todos para evitar que ações de curto prazo comprometam o equilíbrio macroeconômico de médio e longo prazos.

A pedido do presidente do BC, não houve perguntas da plateia, composta basicamente por empresários e executivos de instituições financeiras. Segundo Meirelles, não há dúvidas de que o mundo atravessa a maior crise desde os anos 1930, com perdas de US$ 28 trilhões nas bolsas desde outubro, queda de 11% no comércio mundial e projeção de retração de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) global este ano.

– Números negativos virão – afirmou Meirelles, ao se referir aos resultados do PIB brasileiro no primeiro trimestre a serem divulgados nos próximos dias. – Isso vai criar oscilações de humor no mercado – antecipou.

Em agosto, o BC deverá divulgar uma nova revisão sobre o desempenho da economia brasileira deste ano. Mas ontem, Meirelles afirmou que, em 2010, o crescimento do PIB nacional será “robusto e sustentado”.

Sem referência ao futuro das taxas, o presidente do BC abordou o tema dos altos juros brasileiros. Apesar da gravidade dos problemas que o mundo enfrenta, Meirelles avalia que a economia brasileira nunca esteve em tão boas condições, o que permite ao governo baixar os juros, mesmo num contexto de crise. Disse também que são os menores patamares reais da história recente do país, facilitando ao BC combater a ameaça de queda mais forte da atividade econômica.

À noite, Meirelles participou, em Porto Alegre, da posse de Mathias Renner na Associação e no Sindicato dos Bancos do Estado. Renner sucede no cargo ao presidente do Banrisul, Fernando Lemos.

– Durante muito tempo, diziam que o Brasil estava apenas surfando a onda global. Agora temos a maior crise desde 1929 e o Brasil está bem, segundo avaliações internacionais. O país é a destinação favorita de investimentos em máquinas, equipamentos e também ações – disse Meirelles na solenidade, em que foi homenageado.

Primeiro: foi o Prof. Enéas de Souza que disse que o economista é uma espécie de psicanalista da sociedade: acusa a futura crise, durante o otimismo e acusa a luz no final-do-túnel durante a depressão. Ele próprio entusiasmou-se com esta interpretação que passou a fazê-las mais amiudadamente num consultório de psicanálise o.s.l.t.

Segundo: foram-se US$ 28 trilhões e queda de 11% no comércio mundial. Claro, isto não é desprezível, mas não é a queda do PIB industrial americano em 33%, ou é? Prevê ele e seus eles de "Meirelles" que o PIB mundial cairá 1,3% neste mavioso 2009. Eu previ, só para contrariar, a manutenção, ou seja, crescimento zero, em compensação, queda também zereta. Admito errar, com esses 1, 2 ou 3%. Mas o que eu tinha em mente era o catastrofismo de alguns dromedários acharem que US$ 28 trilhões têm alguma importância exagerada para o que quer que seja.

A propósito deste segundo, cito o que refraseio de Douglas North, pois a frase dele nem se compara com a que você agora vai ler, querido Diário: "o capitalista declara-se incapaz de prever o futuro é porque ele não sabe em que vai acreditar amanhã". Eu disse para a garota da loja Livro Lido de Maceió, quando comprei o livro de Galbraith sobre a grande depressão que a comunalidade entre 1929 e 2008 foi a grande ladroagem que se instalou no setor produtivo. Ela disse "o quê?" e eu repeti: no setor produtivo dos Estados Unidos. Roubo em um lado, especulação desenfreada no outro, mais atraente para ladrões e oportunistas de todos os quilates, inclusive os catastrofistas que fazem sua fezinha em açõezinhas de oscilações cabritescas.

E os juros brasileiros, são elevados, como sugerem os sindicalistas agatunados (ou seja, todos) os que já comentei em outra/s postagem/s? Claro que não são. Ou seja, quem sou eu para dizer que 9% reais são altos ou baixos, como disseram os dromedários que 30% eram muito altos. Claro que 9<30,>

Viu onde eu queria chegar? Mercados persas, maias, astecas, etc. Seis mil tendas? 60 mil pessoas? Isto é, no dizer de João da Silva (cidadão sem compromisso) big business. Mercado? Um "universal" para cognato nenhum botar defeito. E quem define o montante de valor que se transformará em preços? Obviamente é o presidente do banco central ou qualquer de seus prepostos formais ou informais. Ou seja, Y = MV. E sindicalista que quer meter-se a discutir isto é porque está desleixando de suas funções de trilhar o caminho da seriedade, dizer não à cleptomania e passar a lutar para elevar a produtividade (ou seja, reduzir o emprego) e ter seus ganhos (do lazer do empregado demitido) e do surplus do trabalhador que permanece empregado disseminados por toda a sociedade, não apenas para os apaniguados como ele, sindicalista, ela, Yeda, ele, deputado, ela, deputada, ele, Meirelles, ele, Grinspan, e milhares de outros abonados.

Abonemos a todos: renda básica universal já.
DdAB

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