26 janeiro, 2009

Desonerar a Folha de Pagamentos

Querido Blog:
Não lembro mais quem é Denise Abreu. Estes são (ou foram) seus pés. Essa cadeira maneira -parece-me- é de alto pedigree. Parece-me que dos anos 60. Não garanto. Os pés são simpáticos, uma alta nomenclatura do governo usando uma correntinha com um berloque no pé esquerdo. No pé direito, há um blim-blim-blim que não identifico adequadamente, talvez a alça da bolça, quero dizer... Evoca-me a bolsa e a vida, crônica maneira de Cromagnon de Andrade, um troço destes. Achei-lhe -à foto- na quarta página que me ofereceu Google Images com o simples título da postagem de hoje. Juro que é a única.

Maneiro mesmo foi meu protesto sobre os sindicalistas do ABC, ou sabe-se lá de que alfabeto, estarem contrafeitos com a redução dos juros feita na última reunião da alta cúpula do Banco Central criado pelo Marechal Humberto de Alencar Castello Branco, se bem lembro, integrante da Academia Brasileira de Letras, ou foi Sarney, Collor ou Costa & Silva o "imortal". Ok, esclareçamos: os sindicalistas não estão preocupados com a política monetária da república, eis que Abreu e outros sobrenomes que estudam a ciência econômica é que se dedicam ao feito. Eles vão é muito mais além da política monetária, pois sabem que -de acordo com uma concorrida função de função- juros altos implicam emprego baixo.

Dizem eles:
I = f(i), onde I é o investimento agregado da economia (ou nem é o agregado que lá eles falam?)
E = g(I), onde I segue sendo o que acabamos de definir e E é o nível de emprego (agregado, sabe-se lá...).
Ergo
E = h(i), ou seja, Henrique Meirelles ao -teimosamente- manter os juros num nível pelego (epa!), condenou à miséria a população brasileira, incluindo nela os 22 milhões de trabalhadores que detêm empregos precários.

Digo lá eu que esses caras são mesmo é loucos e pelegos, not to speak of burglars, do you speak English? Primeiro, quem mesmo foi que garantiu que I = f(i)? Ou seja, há determinismo no planeta e, especialmente, na relação entre os juros e o investimento. Menos que platônico, isto é patético. Segundo, quem terá garantido -agora- que E = g(I)? Ouvi um menino de rua vendendo bolas de tênis "made in USA" -teria dito ele, com seu sotaque italianado- que seu pai lhe garantiu que vivemos, há mais de 25 anos (idade do pai do garoto), uma fase do desenvolvimento capitalista que ele batizou de "jobless growth". Fiquei a indagar-me o que a Sra. Abreu ou o Sr. Meirelles pensam de mais esta presepada dos progenitores dos estudantes dos hábitos da população que circula pelas ruas. Tomará ela banho? Irá ela à escola? Irá a Disneyworld ou à Disneyland?

Depois voltei a pensar em identidades contábeis, terreno em que me sinto mais seguro do que naquele negócio dos Y = Y(X) ou y = y(x), sabidamente relações determinísticas postuladas pelos rapazes do Prédio 15 da PUCRS. Bem, disse-me a Profa. Abigahil, quando eu tinha 9 anos, o que me levou a Campo Grande MT, que 4 + 6 = 10. Multipliquei por 10 o que disse a generosa professora e alcancei a seguinte identidade: 40 + 60 = 100, o que associei com as participações dos trabalhadores (RE) e capitalistas (EOB) na renda nacional. Escrevi: Y = RE + EOB. E pensei que os sindicalistas que protestam contra a taxa de juros estão numa dessas duas:
.A. ou
.a. apoiam-se nas frágeis teorias a que me referi acima, na função de função que referi,
.b. e nos econometristas que terão calculado o dE/di, ou seja, a derivada da função de uma única variável, número este que estaria informando que -se a taxa de juros cai, digamos 5%- então -e apenas então- o emprego aumentará em 22 milhões de almas (ou até seriam mais?)
.B. ou preocupam-se mais com as redistribuições da mais valia -digo, da forma monetária que assume a mais-valia e -numa economia cujo problema da transformação dos valores em preços foi resolvido de maneira adequada- com o destino a ser dado ao excedente operacional bruto (EOB).

Pensei que jamais ocorreria a um sindicalista sério pensar que o problema não está em discutir os 60% da Profa. Abigahil, mas em seus 40%, por contraste aos proletários seus amigos dos países capitalistas avançados, que participam com 70% da renda (multipliquei também por 10 a conta que ela deu na lousa 7-4=3, ou 30%; presença às aulas deveria mesmo era ser facultativa...). E que eles -sindicalistas- deveriam prestar mais atenção era na distribuição dos ganhos de produtividade dentro da fábrica do que com a política macroeconômica (em especial a teoria das metas da inflação).

Se pensassem em abocanhar (esses gulosinhos...) os ganhos da produtividade, estes estariam -naturalmente- lutando para a elevação da -você adivinhou!- produtividade, caso fossem racionais. Racionalidade, como sabemos, é um termo odiado por economistas heterodoxos de outras paróquias que não aquela em que eu -myself- rezo. Pensando bem, não fica bem chamar-me de heterodoxo, pois criei uma seita que intitulei de neo-estruturalista, com hífem, a fim de enxovalhar a memória da milicada que foi parar ou na presidência da república ou na Academina Brasileira de Letras ou em ambas. E, claro, no Literato Dr. Getúlio Dornelles Vargas.

Que acontece quando aumenta a produtividade? Pode-se obter mais produção com o mesmo ou com mais emprego. Na firma, pode-se baixar um pouco o preço do produto agregado (epa, o que estou dizendo? um refrigerador mais um bebedouro escolar têm um preço médio? of course, diria Sherlock Holmes). Com isto, pode-se abocanhar (essa gulosinha...) uma fração do mercado (mesmo que este não aumente seu tamanho). Mas também ela -firma- com menor preço pode ampliar as dimensões geográficas do mercado, aproveitar a deixa, a fim de diversificar a produção, promover os trabalhadores stakanovistas a gerentes de crescimento industrial, alcançar maiores economias de escopo -not to speak of scale economies-, e por aí vai.

Seria este o calcanhar de Achyles, if you know what i mean, da questão da folha de pagamentos. Como aumentar a participação dos trabalhadores nela e, ainda assim, gerar mais lucros, para financiarem o crescimento das vendas, os investimentos, e por aí vai.
Epa, acabo de lançar (escrevo bem pequinininho) nova função de função:
E = w(C(x(P(y(p))): o emprego depende do crescimento das vendas que depende da redução do preço do produto vendido pela firma que depende dos ganhos de produtividade alcançados por esta. Claro que esta teoria não é macroeconômica como a outra, exceto para Maurice Scott FitzGerald, o.s.l.t.. Ela é microeconômica e -claro- sindicalista foge da microeconomia como a Profa. Abigahil fugiu do casamento. Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho.
DdAB

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